HOMILIA DA MISSA DE ENCERRAMENTO
(Dom José Afonso, Bispo de
Borba/AM)
Reverendíssimos padres concelebrantes,
caríssimos irmãos e irmãs. Quando Padre Pedro pediu para presidir esta missa de
encerramento, eu lhe perguntei: a equipe que organizou o Congresso não previu
um assunto para nós desenvolvermos em benefício da nossa reflexão? Ele disse:
não é nosso costume, mas o senhor tem liberdade ou de comentar os textos que
foram proclamados ou então de tentar resumir em poucas palavras tudo aquilo que
foi feito no Congresso. Eu recebi essa missão e fui ver os textos que iriam ser
proclamados nesta missa; então eu vi que eles poderiam muito bem ser o resumo
de tudo aquilo que nós fizemos durante este Congresso.
Porque este
Congresso não foi apenas um Congresso que quis nos ensinar verdades, não é um
congresso estritamente teológico, mas ele tinha, como teve um aspecto
celebrativo muito acentuado e eu encontrei várias pessoas que me disseram, que
o que mais impressionou não foram tanto as palestras que ouviram, mas as
celebrações que fizeram, porque é na celebração que nós vivenciamos aquilo que
nós aprendemos para tentar viver as mensagens que nos foram emitidas. Pois bem,
caríssimos irmãos, a primeira leitura por exemplo estava nos falando deste
modo: que Deus se revelou a nós dizendo assim: “Não tenhais medo, sou Eu que
estou falando, por isso tenham fé, tenham coragem que tudo poderá acontecer
segundo o plano de Deus” e caríssimos irmãos, nós notamos o que aconteceu
diante destas palavras. A primeira leitura nos fala que os cegos começaram a
enxergar, que os surdos começaram a ouvir e entender, até mesmo que os coxos
começaram a se movimentar e a pular de alegria, que os .tristes se tornaram
alegres. Nós podemos dizer que foi
exatamente isto que aconteceu entre nós, membros deste Congresso. Nós ouvimos a
Palavra e quem é que não entendeu estas palavras? Que foram tão lógicas, tão
bem apresentadas e a fundamentação muito segura, por exemplo Dom Valmor: não é verdade que ele nos fez descobrir o tema
deste Congresso lá na Sagrada Escritura? Eis que Eu renovo todas as coisas e
ele foi lá no Apocalipse, capítulo 21, versículo 5 e nos fez ver que é Palavra
de Deus, que estava nos dizendo que realmente nós vamos ter o universo todo
transformado.
No início,
certamente, nós pensávamos apenas que fossemos nós que seríamos transformados,
mas ele mesmo já começou a aprofundar dizendo: Que não é o universo todo e
começou a dizer que o homem vai ser transformado por que ele tem que se
assemelhar cada vez mais a Jesus Cristo, porque ele foi feito à semelhança de
Jesus Cristo. Quando Deus foi criar o homem, Ele tinha concluído: Façamos o
homem à nossa imagem e semelhança e Ele pensou o homem Jesus Cristo.
Jesus Cristo é
o tipo, Jesus Cristo é o modelo e depois disto que Ele começou a criar os
homens. E no decorrer da história, a realização plena da humanidade vai ser,
quando todos nós nos identificarmos com Cristo. É exatamente este o sentido
daquela profecia que São João estava
assegurando. Que Deus realmente vai renovar todas as coisas; nós vamos nos
tornar cada vez mais Jesus Cristo. Se por acaso essas palavras de Dom Valmor
não foram entendidas por nós, vem o teólogo e faz o raciocínio exatamente neste
sentido. Talvez como teólogo nem todos podemos acompanhar essa afirmação que
ele fez: É todo o universo que deve ser transformado. E realmente é assim.
Se nós
pensássemos por exemplo no universo como pessoa humana, como nós já comentamos,
nós vamos ser transformados. Na nossa adesão a Jesus Cristo, na nossa
transformação depois da nossa morte, nós vamos ser pessoas glorificadas. Nós
vamos poder falar com São Paulo, que o meu falar é Cristo, que o meu pensar é
como o de Jesus Cristo. É uma identidade que vai acontecer para nós porque já
começou na pessoa de Jesus , sobretudo no momento da sua morte e de sua
Ressurreição, mas não é somente a pessoa que vai ser transformada, a comunidade
também toda vai ser transformada; pense um pouco na atitude daquele povo,
diante de Pilatos e de Jesus ali, que estava prestes a ser condenado, aquele
povo que gritava: seja crucificado, que este homem desapareça. Solte-nos
Barrabás. Então todo aquele povo reunido pedindo a morte de Jesus e o que
aconteceu, depois da ressurreição, este era verdadeiramente o Filho de Deus. E todos
estavam procurando o corpo de Jesus e vieram dizer que Ele tinha sido
glorificado. A população foi mudando, hoje nós estamos aqui porque nós
acreditamos não só no Cristo morto mas, sobretudo no Cristo ressuscitado. O
Cristo ressuscitado que não teve sucessor; é Ele mesmo que está no meio de nós. É verdade que
nos deixou representantes, mas ele não nos abandonou; é Ele realmente que está
em toda parte, e nós estamos dando os nossos vivas a esse Cristo ressuscitado
bem diferentemente daquela população que pedia que Jesus fosse crucificado. Mas
caríssimos irmãos, quando nós estamos vendo o reino da natureza, nós apontamos
que alem do gênero humano existe também o reino vegetal, nós poderíamos ver o
sinal, o símbolo desse reino vegetal nessa cruz que suportou Jesus Cristo, era
um pedaço de árvore que tinha se tornado o instrumento de condenação de
suplício de Jesus Cristo; somente os grandes criminosos é que eram
crucificados, e depois da ressurreição, a restauração total da Cruz, a
exaltação da Santa Cruz, hoje nós nos gloriamos na cruz de Nosso Senhor Jesus
Cristo, hoje nós nos honramos de traze-la em nosso peito, de traçar em nossa
fronte, de tê-la no lugar de honra da nossa família na nossa casa, as cidades
cristãs quantas e quantas vezes, se acostuma a colocar a Cruz de Jesus, ali
para lembrar a exaltação da Santa Cruz, todo vegetal foi restaurado em Jesus
Cristo.
Mas caríssimos
irmãos, nós temos também a terra, mais a terra também foi glorificada, que este
mundo que era considerado um mundo de pecado agora é um mundo onde os filhos de
Deus, de onde eles podem tirar a manutenção do seu ser, onde eles podem viver
felizes. Nós estamos praticamente no outro paraíso terrestre; é verdade que
existe ainda injustiça, mas a transformação não se concretizou ainda. Nós fomos
já transformados e ainda é necessário que esta transformação se complete na
história da humanidade, está aí certamente o que o teólogo veio completar
naquela razão bíblica de Dom Valmor, que nos fazia escutar a voz do Senhor que
nos prometia que iria renovar todas as coisas.
Mas
caríssimos irmãos, como é que nós vamos fazer isso? É que Deus quando nos
criou, ele nos criou sua imagem e semelhança; ou melhor ainda, nos criou para
que nós fossemos colaboradores com Ele, colaboradores na obra da criação.
Vejam, uma criança que nasce, é um homem e uma mulher que colaboraram com Deus,
para que nascesse essa criança, pensai por exemplo naquele agricultor que
preparou a terra, que semeou, daí a pouco uma verdadeira criação aparece lá no
seu terreno, não foi Deus só que fez aquilo, mas com a colaboração daquele
homem que está produzindo novos frutos para a humanidade se mantenha e possa
viver com tranqüilidade . Então por isso Deus, que nos pegou como colaboradores
distribuiu os seus carismas, para que cada um de nós pudéssemos dar a nossa
parte nessa transformação total, que ele quer fazer no universo. Foi Padre
Francisco que trouxe a mensagem do seu Bispo, que nos fez ver isso muito
claramente, mas depois ainda, ainda há uma pergunta. Nós estamos dispostos a
exercer nossa missão? Mas, por onde começar? Que fazer? Então veio o Padre
Paulo Cabral para nos falar da pastoral, aquele modo de nós adotarmos a nossos irmãos, para criar junto
deles o meio para que eles pudessem descobrir a fé e viver em profundidade; ele
nos citou os caminhos, mais sintetizando tudo naquela primeira palavra; é o
amor que deve nos unir. O primeiro trabalho do evangelizador é criar
comunidade, é criar família de Deus; e assim depois nós podemos revelar a eles
todo conteúdo da fé e apresentar a pessoa de Jesus Cristo. Não é verdade que
esses palestristas conseguiram abrir nossos olhos? abrir nossos ouvidos, nos
encher de alegria. Mostre que estão contentes saudando com salva de palmas os
palestristas deste Congresso.
Mas,
caríssimos irmãos, ouve a segunda leitura e ali São Tiago nos fala, vocês que
acreditam em Cristo, vocês que vivem a fé, nunca façam acepção de pessoas, que
todos vocês sejam iguais, que chegando uma pessoa rica em nosso ambiente, nós
não queremos distingui-la , se existe uma pessoa cheia de títulos que não se
refere a nossa fé, não queiramos coloca-la em destaque, mas que todos sejam
considerados como filhos de Deus; porque isto é a nossa grande graça, a
grandeza do homem de ser chamado e de ser realmente Filho de Deus, quem é que
nos falou dessa igualdade entre nós? Eu pelo menos vivi, eu senti, eu dou
testemunho, que todos os participantes deste Congresso viveram essa mensagem da
segunda leitura durante todos os dias do nosso Congresso. Nós nos conhecíamos
passando pêlos corredores, víamos pessoas sorrindo, de braços abertos sem
perguntarmos se nós éramos ricos, se nós éramos pobres, se nós somos
amazonenses ou se nós somos aqui de Goiás. Somos irmãos em Nosso Senhor Jesus
Cristo, e essa experiência está justamente
nos mostrando que é fruto exatamente da nossa reflexão. Se nós
tivéssemos aprendido apenas no estudo, seria um curso do qual nós tínhamos
vindo participar; mas nós viemos para estudar, e viemos para celebrar. E essa
celebração teve sentido; todas as missas foram muito bem participadas, porque
nós vivíamos aí nos corredores, nos refeitórios, nas nossas viagens, esse
espírito fraterno que notávamos que nos
amamos em Cristo, que Cristo está em nosso meio, que o amor do Espírito Santo,
está difundido em todos nós.
Mas caríssimos
irmãos, veio a terceira leitura e parece que seu inicio, está nos questionando, Jesus estava andando e lhe
trouxeram um homem surdo e mudo, será que aqui não houve pessoas surdas e
mudas, que não entenderam nada que foi falado, não porque tinha sido falado
difícil, mas porque não abriram o seu coração, então se tornam surdos porque
quiseram, se tornaram mudos porque tem medo, não tem fé e confiança em Deus.
Não sabe que é o Espírito Santo, que age em nós em todos os sentidos da nossa
vida se realmente escutaram bem., se são capazes de falar, se não entenderam,
ou se não são capazes de falar eu vou permitir, se realmente corresponde ao
desejo de todos, a fé de todos, a fazer a imposição das mãos sobre toda
assembléia, para que Jesus mande seu Espírito e ele faça o que não foi feito
durante o Congresso e que talvez aprofunde ainda mais nessa celebração, o que
Ele quer que nós saibamos, que Ele venha nos dar forças e coragem para sairmos
daqui e aproveitarmos para difundir o evangelho. Todos se lembram da missão, do
objetivo do Congresso, que nós contamos no inicio da missa, no inicio do
Congresso, que foi o seguinte: que este Congresso estava nos chamando desde o
inicio, para nós sairmos daqui e sermos alguém, que iria colaborar com toda força
do nosso ser, da nossa fé, da nossa confiança, a construir uma civilização do
amor. Não é mais civilização de guerra, nós dizíamos, não é mais civilização de
competição, um querer ser mais do que o outro, mais é civilização de amor que
produz a paz tão desejada pelo Santo
Padre e por Jesus Cristo, pela Igreja inteira. Então para que possa sair daqui
e dar a sua contribuição, para formar de novo ou formar agora uma civilização
de amor e paz, é que nos oferecemos essa imposição de mãos. Aceitam? então isto
não pode ser o final de uma família, mas tem que ser resposta a uma inspiração
interior. Por isso eu sugiro que nós fiquemos em silêncio um instante para
refletir, par nos perguntar a nós mesmos, se nós queremos receber o Espírito
Santo, e podem acreditar que vão receber mesmo; porque Jesus como vos escutais
na oração ordenou aos Apóstolos que impusessem as mãos sobre os fieis para que
recebesse o Espírito Santo. Nós estamos aqui, Sacerdote, Bispo e todos nós
vamos impor as mãos, então é certo que o Espírito Santo vai descer, podem
acreditar e podem até dar para com sentimento é como expressão da presença
desse Espírito em nossa pessoa, porque realmente ele vai descer; é uma oração
da Igreja, é uma oração em nome de Jesus Cristo e o Espírito Santo que é destinado
ser alma da Igreja não se fará surdo à nossa súplica, e ele virá no coração de
cada um de nós. Fiquemos por tanto um instante em oração e reflexão dizendo que
nós queremos recebe-lo ; O Espírito que
nos queremos, é para nos santificar, mais é para nos tornar apóstolos de Jesus
Cristo.
Podem ficar de
pé, se possível de cabeça baixa acolhendo o Espírito que vai vir sobre nós.
“’Ó Cristo
Jesus que ordenaste a vossos apóstolos que impuseste as mãos sobre os fieis,
para que se tornasse apóstolos de Jesus Cristo, nós vos pedimos humildemente,
envieis o vosso Espírito sobre esses vossos filhos, eles já escutaram o vosso
chamado, estando presente neste Congresso, agora eles desejam vossa Luz para
ensinar cada um o caminho que deve seguir, para se tornarem evangelizadores.
Vinde Espírito Santo, vós que sois princípio de força, entrai no coração de
cada um destes membros do Congresso, para que eles se sintam fortes, para que
eles saiam pelo mundo a fora cheios de entusiasmo, comunicando a fé de Jesus
Cristo, por suas palavras e por seus exemplos. Vinde Espírito Santo, enchei o
coração de todos esses vossos fieis e mais uma vez nós nos pedimos
transformai-os em verdadeiros apóstolos de Jesus Cristo. Amém.”
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