quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

III CONGRESSO DO MC: Dom José Afonso



HOMILIA DA MISSA DE ENCERRAMENTO
 (Dom José Afonso, Bispo de Borba/AM)


 Reverendíssimos padres concelebrantes, caríssimos irmãos e irmãs. Quando Padre Pedro pediu para presidir esta missa de encerramento, eu lhe perguntei: a equipe que organizou o Congresso não previu um assunto para nós desenvolvermos em benefício da nossa reflexão? Ele disse: não é nosso costume, mas o senhor tem liberdade ou de comentar os textos que foram proclamados ou então de tentar resumir em poucas palavras tudo aquilo que foi feito no Congresso. Eu recebi essa missão e fui ver os textos que iriam ser proclamados nesta missa; então eu vi que eles poderiam muito bem ser o resumo de tudo aquilo que nós fizemos durante este Congresso.

Porque este Congresso não foi apenas um Congresso que quis nos ensinar verdades, não é um congresso estritamente teológico, mas ele tinha, como teve um aspecto celebrativo muito acentuado e eu encontrei várias pessoas que me disseram, que o que mais impressionou não foram tanto as palestras que ouviram, mas as celebrações que fizeram, porque é na celebração que nós vivenciamos aquilo que nós aprendemos para tentar viver as mensagens que nos foram emitidas. Pois bem, caríssimos irmãos, a primeira leitura por exemplo estava nos falando deste modo: que Deus se revelou a nós dizendo assim: “Não tenhais medo, sou Eu que estou falando, por isso tenham fé, tenham coragem que tudo poderá acontecer segundo o plano de Deus” e caríssimos irmãos, nós notamos o que aconteceu diante destas palavras. A primeira leitura nos fala que os cegos começaram a enxergar, que os surdos começaram a ouvir e entender, até mesmo que os coxos começaram a se movimentar e a pular de alegria, que os .tristes se tornaram alegres.  Nós podemos dizer que foi exatamente isto que aconteceu entre nós, membros deste Congresso. Nós ouvimos a Palavra e quem é que não entendeu estas palavras? Que foram tão lógicas, tão bem apresentadas e a fundamentação muito segura, por exemplo Dom Valmor: não é  verdade que ele nos fez descobrir o tema deste Congresso lá na Sagrada Escritura? Eis que Eu renovo todas as coisas e ele foi lá no Apocalipse, capítulo 21, versículo 5 e nos fez ver que é Palavra de Deus, que estava nos dizendo que realmente nós vamos ter o universo todo transformado. 

No início, certamente, nós pensávamos apenas que fossemos nós que seríamos transformados, mas ele mesmo já começou a aprofundar dizendo: Que não é o universo todo e começou a dizer que o homem vai ser transformado por que ele tem que se assemelhar cada vez mais a Jesus Cristo, porque ele foi feito à semelhança de Jesus Cristo. Quando Deus foi criar o homem, Ele tinha concluído: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança e Ele pensou o homem Jesus Cristo.

Jesus Cristo é o tipo, Jesus Cristo é o modelo e depois disto que Ele começou a criar os homens. E no decorrer da história, a realização plena da humanidade vai ser, quando todos nós nos identificarmos com Cristo. É exatamente este o sentido daquela profecia que São João  estava assegurando. Que Deus realmente vai renovar todas as coisas; nós vamos nos tornar cada vez mais Jesus Cristo. Se por acaso essas palavras de Dom Valmor não foram entendidas por nós, vem o teólogo e faz o raciocínio exatamente neste sentido. Talvez como teólogo nem todos podemos acompanhar essa afirmação que ele fez: É todo o universo que deve ser transformado. E realmente é assim. 

Se nós pensássemos por exemplo no universo como pessoa humana, como nós já comentamos, nós vamos ser transformados. Na nossa adesão a Jesus Cristo, na nossa transformação depois da nossa morte, nós vamos ser pessoas glorificadas. Nós vamos poder falar com São Paulo, que o meu falar é Cristo, que o meu pensar é como o de Jesus Cristo. É uma identidade que vai acontecer para nós porque já começou na pessoa de Jesus , sobretudo no momento da sua morte e de sua Ressurreição, mas não é somente a pessoa que vai ser transformada, a comunidade também toda vai ser transformada; pense um pouco na atitude daquele povo, diante de Pilatos e de Jesus ali, que estava prestes a ser condenado, aquele povo que gritava: seja crucificado, que este homem desapareça. Solte-nos Barrabás. Então todo aquele povo reunido pedindo a morte de Jesus e o que aconteceu, depois da ressurreição, este era verdadeiramente o Filho de Deus. E todos estavam procurando o corpo de Jesus e vieram dizer que Ele tinha sido glorificado. A população foi mudando, hoje nós estamos aqui porque nós acreditamos não só no Cristo morto mas, sobretudo no Cristo ressuscitado. O Cristo ressuscitado que não teve sucessor; é Ele  mesmo que está no meio de nós. É verdade que nos deixou representantes, mas ele não nos abandonou; é Ele realmente que está em toda parte, e nós estamos dando os nossos vivas a esse Cristo ressuscitado bem diferentemente daquela população que pedia que Jesus fosse crucificado. Mas caríssimos irmãos, quando nós estamos vendo o reino da natureza, nós apontamos que alem do gênero humano existe também o reino vegetal, nós poderíamos ver o sinal, o símbolo desse reino vegetal nessa cruz que suportou Jesus Cristo, era um pedaço de árvore que tinha se tornado o instrumento de condenação de suplício de Jesus Cristo; somente os grandes criminosos é que eram crucificados, e depois da ressurreição, a restauração total da Cruz, a exaltação da Santa Cruz, hoje nós nos gloriamos na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, hoje nós nos honramos de traze-la em nosso peito, de traçar em nossa fronte, de tê-la no lugar de honra da nossa família na nossa casa, as cidades cristãs quantas e quantas vezes, se acostuma a colocar a Cruz de Jesus, ali para lembrar a exaltação da Santa Cruz, todo vegetal foi restaurado em Jesus Cristo. 

Mas caríssimos irmãos, nós temos também a terra, mais a terra também foi glorificada, que este mundo que era considerado um mundo de pecado agora é um mundo onde os filhos de Deus, de onde eles podem tirar a manutenção do seu ser, onde eles podem viver felizes. Nós estamos praticamente no outro paraíso terrestre; é verdade que existe ainda injustiça, mas a transformação não se concretizou ainda. Nós fomos já transformados e ainda é necessário que esta transformação se complete na história da humanidade, está aí certamente o que o teólogo veio completar naquela razão bíblica de Dom Valmor, que nos fazia escutar a voz do Senhor que nos prometia que iria renovar todas as coisas.

            Mas caríssimos irmãos, como é que nós vamos fazer isso? É que Deus quando nos criou, ele nos criou sua imagem e semelhança; ou melhor ainda, nos criou para que nós fossemos colaboradores com Ele, colaboradores na obra da criação. Vejam, uma criança que nasce, é um homem e uma mulher que colaboraram com Deus, para que nascesse essa criança, pensai por exemplo naquele agricultor que preparou a terra, que semeou, daí a pouco uma verdadeira criação aparece lá no seu terreno, não foi Deus só que fez aquilo, mas com a colaboração daquele homem que está produzindo novos frutos para a humanidade se mantenha e possa viver com tranqüilidade . Então por isso Deus, que nos pegou como colaboradores distribuiu os seus carismas, para que cada um de nós pudéssemos dar a nossa parte nessa transformação total, que ele quer fazer no universo. Foi Padre Francisco que trouxe a mensagem do seu Bispo, que nos fez ver isso muito claramente, mas depois ainda, ainda há uma pergunta. Nós estamos dispostos a exercer nossa missão? Mas, por onde começar? Que fazer? Então veio o Padre Paulo Cabral para nos falar da pastoral, aquele modo de nós  adotarmos a nossos irmãos, para criar junto deles o meio para que eles pudessem descobrir a fé e viver em profundidade; ele nos citou os caminhos, mais sintetizando tudo naquela primeira palavra; é o amor que deve nos unir. O primeiro trabalho do evangelizador é criar comunidade, é criar família de Deus; e assim depois nós podemos revelar a eles todo conteúdo da fé e apresentar a pessoa de Jesus Cristo. Não é verdade que esses palestristas conseguiram abrir nossos olhos? abrir nossos ouvidos, nos encher de alegria. Mostre que estão contentes saudando com salva de palmas os palestristas deste Congresso.

Mas, caríssimos irmãos, ouve a segunda leitura e ali São Tiago nos fala, vocês que acreditam em Cristo, vocês que vivem a fé, nunca façam acepção de pessoas, que todos vocês sejam iguais, que chegando uma pessoa rica em nosso ambiente, nós não queremos distingui-la , se existe uma pessoa cheia de títulos que não se refere a nossa fé, não queiramos coloca-la em destaque, mas que todos sejam considerados como filhos de Deus; porque isto é a nossa grande graça, a grandeza do homem de ser chamado e de ser realmente Filho de Deus, quem é que nos falou dessa igualdade entre nós? Eu pelo menos vivi, eu senti, eu dou testemunho, que todos os participantes deste Congresso viveram essa mensagem da segunda leitura durante todos os dias do nosso Congresso. Nós nos conhecíamos passando pêlos corredores, víamos pessoas sorrindo, de braços abertos sem perguntarmos se nós éramos ricos, se nós éramos pobres, se nós somos amazonenses ou se nós somos aqui de Goiás. Somos irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo, e essa experiência está justamente  nos mostrando que é fruto exatamente da nossa reflexão. Se nós tivéssemos aprendido apenas no estudo, seria um curso do qual nós tínhamos vindo participar; mas nós viemos para estudar, e viemos para celebrar. E essa celebração teve sentido; todas as missas foram muito bem participadas, porque nós vivíamos aí nos corredores, nos refeitórios, nas nossas viagens, esse espírito fraterno que  notávamos que nos amamos em Cristo, que Cristo está em nosso meio, que o amor do Espírito Santo, está difundido em todos nós.

Mas caríssimos irmãos, veio a terceira leitura e parece que seu inicio, está nos questionando, Jesus estava andando e lhe trouxeram um homem surdo e mudo, será que aqui não houve pessoas surdas e mudas, que não entenderam nada que foi falado, não porque tinha sido falado difícil, mas porque não abriram o seu coração, então se tornam surdos porque quiseram, se tornaram mudos porque tem medo, não tem fé e confiança em Deus. Não sabe que é o Espírito Santo, que age em nós em todos os sentidos da nossa vida se realmente escutaram bem., se são capazes de falar, se não entenderam, ou se não são capazes de falar eu vou permitir, se realmente corresponde ao desejo de todos, a fé de todos, a fazer a imposição das mãos sobre toda assembléia, para que Jesus mande seu Espírito e ele faça o que não foi feito durante o Congresso e que talvez aprofunde ainda mais nessa celebração, o que Ele quer que nós saibamos, que Ele venha nos dar forças e coragem para sairmos daqui e aproveitarmos para difundir o evangelho. Todos se lembram da missão, do objetivo do Congresso, que nós contamos no inicio da missa, no inicio do Congresso, que foi o seguinte: que este Congresso estava nos chamando desde o inicio, para nós sairmos daqui e sermos alguém, que iria colaborar com toda força do nosso ser, da nossa fé, da nossa confiança, a construir uma civilização do amor. Não é mais civilização de guerra, nós dizíamos, não é mais civilização de competição, um querer ser mais do que o outro, mais é civilização de amor que produz a paz tão desejada  pelo Santo Padre e por Jesus Cristo, pela Igreja inteira. Então para que possa sair daqui e dar a sua contribuição, para formar de novo ou formar agora uma civilização de amor e paz, é que nos oferecemos essa imposição de mãos. Aceitam? então isto não pode ser o final de uma família, mas tem que ser resposta a uma inspiração interior. Por isso eu sugiro que nós fiquemos em silêncio um instante para refletir, par nos perguntar a nós mesmos, se nós queremos receber o Espírito Santo, e podem acreditar que vão receber mesmo; porque Jesus como vos escutais na oração ordenou aos Apóstolos que impusessem as mãos sobre os fieis para que recebesse o Espírito Santo. Nós estamos aqui, Sacerdote, Bispo e todos nós vamos impor as mãos, então é certo que o Espírito Santo vai descer, podem acreditar e podem até dar para com sentimento é como expressão da presença desse Espírito em nossa pessoa, porque realmente ele vai descer; é uma oração da Igreja, é uma oração em nome de Jesus Cristo e o Espírito Santo que é destinado ser alma da Igreja não se fará surdo à nossa súplica, e ele virá no coração de cada um de nós. Fiquemos por tanto um instante em oração e reflexão dizendo que nós queremos recebe-lo ; O Espírito  que nos queremos, é para nos santificar, mais é para nos tornar apóstolos de Jesus Cristo.

Podem ficar de pé, se possível de cabeça baixa acolhendo o Espírito que vai vir sobre nós.

“’Ó Cristo Jesus que ordenaste a vossos apóstolos que impuseste as mãos sobre os fieis, para que se tornasse apóstolos de Jesus Cristo, nós vos pedimos humildemente, envieis o vosso Espírito sobre esses vossos filhos, eles já escutaram o vosso chamado, estando presente neste Congresso, agora eles desejam vossa Luz para ensinar cada um o caminho que deve seguir, para se tornarem evangelizadores. Vinde Espírito Santo, vós que sois princípio de força, entrai no coração de cada um destes membros do Congresso, para que eles se sintam fortes, para que eles saiam pelo mundo a fora cheios de entusiasmo, comunicando a fé de Jesus Cristo, por suas palavras e por seus exemplos. Vinde Espírito Santo, enchei o coração de todos esses vossos fieis e mais uma vez nós nos pedimos transformai-os em verdadeiros apóstolos de Jesus Cristo. Amém.”                                                                  

Nenhum comentário:

Postar um comentário