FUNDAMENTAÇÃO CARISMÁTICA DO TEMA
DOM JULIO TERAN DUTARI lida pelo Pe Francisco Palácios, da diocese
de Quito
Pe. Francisco representa D. Julio
Teran Dutari que não pode estar presente em função de estar participando de
encontro em Roma. Falará para nós sobre a fundamentação carismática do tema
“Eis que faço novas todas as coisas”.
-“Eis que faço novas todas as coisas” por D. Júlio Teran
Dotari, Bispo Auxiliar de Quito, Equador- Introdução
Esta palestra vai tratar o tema do Congresso na
perspectiva carismática da Igreja por dons espirituais quaisquer que sejam por
estar a serviço na construção do Reino. Na carta aos Coríntios, o apóstolo
Paulo fala na variedade de dons, todos visando a construção do Corpo de Cristo. Já que desejais os dons
do Espírito procurai possui-los em abundância, porém, para que a edificação do
reino da comunidade os dons são de muitos tipos e visam múltiplos serviços na
Igreja e na sociedade. Ser apóstolo, profeta, doutor, falar em línguas e
interpretá-las, operar milagres, entretanto outros dons acontecem como fruto da ação do Espírito Santo no
coração dos cristãos. Entretanto para o
apóstolo o dom mais excelente consiste na caridade que permanece para sempre.
Os dons extraordinários concedidos aos chamados
carismáticos são destinados a serem inseridos da forma mais adequada possível,
nesse quadro de ação do Espírito Santo na sua Igreja em vista da nova criação
ansiada por Deus. Em relação ao tema, assim dado “Eis que faço novas todas as
coisas” consideraremos vários aspectos da mensagem carismática: a importância,
o lugar que ocupa em relação ao anuncio da renovação de todas as coisas, o
conteúdo desta renovação, o tempo para o qual se anuncia o cumprimento de tais
profecias, a participação dos fiéis e da mesma pessoa carismática em dito
cumprimento.
1. A importância do anuncio sobre a renovação
universal. As mensagens carismáticas do nosso tempo, especialmente, as que se
deram já perto do ano 2000 tiveram muita importância por ser anuncio de uma
renovação universal. Seria muito interessante recolher e ordenar todos esses
documentos. Diante da impossibilidade de fazê-lo aqui limitar-me-ei a relembrar
alguns poucos testemunhos. Nas mensagens de fé que fala Gove, devido ao
contexto bíblico aparecem vários indícios que relaciona a renovação universal
ao cumprimento da profecia Mariana, de Fátima. Por fim o meu Imaculado Coração
triunfará. Assim, por exemplo, na mensagem de 28 de março de 1997 se menciona o
triunfo da misericórdia divina no Crucificado e a participação de Maria neste
triunfo citando a Jo. 12 e 32 – “Quando eu for levantado da terra atrairei
todos os amigos”.Disse Maria: contemplai junto comigo como de seu Corpo
Sacrificado surgem novos brotos da divina misericórdia. Toda humanidade será
atraída ao seu amor de Salvador e Redentor. Dele nascerá a nova humanidade e
será conduzida a plena comunhão de vida com o Pai de misericórdia.
Assim, a divina misericórdia será defesa para inocência dos pequenos,
fortaleza para o vigor dos jovens, apoio para a dignidade dos adultos, consolo
para a dor dos pobres, perdão para a culpa dos pecadores, esperança para angustia dos moribundos, salvação e vida para
todos.
Em Jesus por vós se levantou da terra na cruz, vezes
o triunfo da misericórdia divina cheia de vida e salva por Ele. Como Mãe eu
participo deste seu plano de salvação e assim participo como co-redentora na
obra de vossa redenção. Por isso a humanidade redimida precisa também confiar,
pelo meu filho ao meu amor materno.Entrai no refúgio seguro do meu imaculado
coração como seu triunfo predito por mim em Fátima. Vereis cumprir-se o maior
milagre da divina misericórdia para o mundo. E no dia 8 de maio de 1997 a
mensagem de Fátima se cumprirá e está se realizando em todas as partes pela
ação misericordiosa de vossa mãe celestial, por ela precisa a consagração ao
meu coração imaculado, como meio seguro para conseguir a conversão dos corações
e da vida para conduzir a humanidade
pelo caminho de volta completa ao seu Senhor. Através do meu movimento
sacerdotal mariano realizar-se-á agora no mundo inteiro esta consagração que
tanto quis e pedi. Assim eu pude formar a multidão dos meus pequenos filhos
pela qual obterei a minha maior vitória. Por este cenáculo impetrais o dom do
II Pentecostes que já está muito próximo porque o meu imaculado coração se
voltou ao novo cenáculo espiritual, no
qual se cumprirá este milagre divino para
a Igreja e para o mundo inteiro. Também nas mensagens de Maria voltada á fé, em
Nicaones, Cuíca, do Equador 88/90 embora predomine o serviço sobrevivente
purificação não falte o anuncio de um futuro de esperança. Na mensagem 31 de 9
de março de 1989 escutamos: diz o Senhor: eu os amo para sempre. Estejam
preparados para minha segunda vinda. O Pai permite que o Filho venha novamente
ao mundo. Irmãos eu vos amo muito, espero-vos no dia da salvação das almas e no
meu coração sou vosso irmão. Segui-me, eu e minha mãe estamos convosco. Mas a
mensagem reservada que foi dada a Patrícia Talgo no dia 10 de outubro de 1998,
em Tepejaque, no México, especifica mais na sua parte final. No quarto dia
depois das trevas tudo terá passado. A terra volta a sua órbita e os males já
não existirão. O Papa volta a aparecer e organiza o mundo e por mais de 20 anos
haverá paz como o mundo jamais conheceu. Todos se converterão. Até os judeus
reconhecerão a autoridade do Papa. As seitas desaparecerão. Depois virá o
período de anti-cristo e em seguida virá
anunciada a segunda vinda de Jesus e haverá 1000 anos de paz.
2. O Conteúdo da renovação
universal. A quem podemos perguntar se a renovação que se anuncia para o nosso
mundo é mudança completa das coisas, como agora existem, como um estado no qual
reina a contemplação de Deus na missão beatífica, centralização como processo
histórico da luta entre o bem e o mal que agora nos ocupa totalmente. Sendo assim,
então, o reino de Deus já consumado que iria instalar-se na terra? Para
responder a estas perguntas utilizarei parte do comentário que fiz das palavras
de uma carismática carmelita descalça no
século XX a qual nos deixou escritas 8 mensagens, mas foi declarada doutora da
igreja por João Paulo II: Santa Teresinha do Menino Jesus.
Hoje se tem a impressão de que ela
mesma não permitiu antever no final de sua vida que teria uma missão :a
desenhar e com esta missão doutoral deu-nos uma lição sobre o que pode vir a
ser a renovação universal. Poucas semanas antes de morrer ela disse a sua irmã
Inês de Jesus com rosto sereno e radiante: sinto que minha missão vai começar
agora. A missão de ensinar a outros a amar a Deus como eu o amo. De dar as
almas o meu pequeno caminho. Se Deus atender
aos meus desejos o meu céu se passará na terra até o fim do mundo. Sim,
quero passar o meu céu fazendo bem na terra. Creio que nestas palavras e nas
que seguiram existe um denso conteúdo teológico, numa consciência clara e
segura de que ela teria uma missão de ensinar. Seria doutora do amor, doutora
da paciência sobre a qual, segundo o grande doutor carmelitano S. João da Cruz
seremos examinados no ultimo dia. E até que chegue este ultimo dia para todos
terão que passar o seu céu ensinando a outros a ciência do amor a Deus, fazendo
a muitos ouvir deste ensino e por suposto ouvir de Deus favores celestiais de
intercessão, para puder praticar o que com esta ciência sublime você vai
aprendendo mas não pude atuar sem os
dons de cima.
Mas, ainda neste ensino doutoral de Santa Teresinha: há uma profunda
concepção de céu e da terra, desta vida e da vida eterna, toda centrada no amor
de Deus e do próximo. Uma concepção teológica que nos surpreende pela sua existirão e porque não encontramos tão
facilmente no contexto piedoso de outras mensagens carismáticas. O meu céu será
fazer o bem na terra. E pouco antes falara como seria desgraçada no céu se eu
não pudesse fazer pequenos favores na terra aos que amo. Não é esta uma idéia
demasiada terrena do céu? Não se estaria tirando ao amor de Deus contemplar-se
a si mesmo, lá na glória, algo da força explosiva que tem para fazer-nos feliz sem
intermédio de criatura alguma como afirma a heterogia clássica?
Parece que a mesma Teresinha entende a objeção e se apressa
respondê-la com a ajuda dos
conhecimentos teológicos que possuía quando fica ai mesmo. Isso não é
impossível, porque até os anjos velam por nós no meio da visão beatífica de
Deus. Não? até o fim do mundo não
poderei descansar enquanto haja ainda que salvar almas. Somente quando o anjo disse: o tempo já não existe então
descansareis e alegrar-me-ei porque o número dos escolhidos será completo e
todos poderão entrar no gozo e no repouso. Por este pensamento o meu coração
pula de júbilo. Aqui serei verdadeiramente doutora da igreja esta pequena
Teresa do Menino Jesus. Doutora do amor perfeito, no qual consiste a bem
aventurança da glória. E o amor a Deus por Cristo e com Cristo. Por Cristo
homem verdadeiro, por Cristo homem total , cabeça e membro primogênito junto
com muitos irmãos, inseparável de toda multidão de seus irmãos e irmãs. No céu
não se faz outra coisa senão cumprir com perfeição o mandamento de amarmos uns
aos outros como Cristo nos ama. Porque esta é a única maneira possível de amar
a Deus. Mas, como disse Santa Teresinha: enquanto tiver pessoas sobre a terra
necessitadas do nosso amor, enquanto tiver pobres de alma e corpo que socorrer
, enquanto tiver mulheres e meninos, depressão e humilhados, enfermos para
curar,oprimidos para libertar o céu não estará completo e nem perfeito.
O amor de Deus não poderá ainda viver-se com plena felicidade universal
e, portanto, o céu consistirá ainda pois que vou entrando-la em fazer reverter
sobre a terra o venturoso amor divino humano de que já goza em Cristo para que
por Cristo cresça no mundo o único que pode fazer-nos felizes na terra como no
céu . Este amor simples e árduo do mandamento de Jesus. Mas, por outro lado a
renovação universal que se anuncia e começa a alicerçar-se não pode ser uma
cópia antecipada da consumação definitiva, mas,uma participação deste céu que agora possui já os que como S. Teresinha
entrarão na glória de Cristo. É um estado em que subsiste a luta entre o bem e
o mal, mas onde se pode viver fortemente do lado de Cristo, o rei que vai
triunfando cada vez mais, embora de maneira misteriosa através do seu amor.
Assim se entende a palavra teológica desta nova doutora da Igreja:quero
passar o meu céu fazendo o bem sobre a terra. Ela sabia perfeitamente que
almejar ao céu não era querer fugir da terra mas desejar a condição definitiva
para amar de verdade, amando aos demais como Cristo e em Cristo ensinando-lhe o
caminho pequeno e estreito que Jesus pregou e que ela mesmo redescobriu em seu
próprio convento, porque no seu convento estava o céu e estava já a nova terra que se nos anuncia
em realizações talvez menos imperfeitas. Não estava ai Jesus na Eucaristia? E
não é este o Senhor da glória Ele que pela sua ressurreição então tornou-se a
carne no meio da Santíssima Trindade? Ele que por seu Espírito poderoso
conquistou nesta sua carne um corpo que somos já todos os batizados e é também
por vocação o destino de toda humanidade? E se o Corpo de Deus está aqui na
terra como Corpo Místico cuja cabeça é o corpo físico do Ressuscitado a quem
amamos sem te-lo visto? E como o Corpo
Eucarístico que comemos para fazer-nos no mesmo corpo de Cristo? Então os novos céus e nova
terra não estão lá por cima, a renovação
universal está acontecendo misteriosamente aqui no nosso mundo.E Teresa do
Menino Jesus, a pequena grande doutora está aqui conosco no seio da terra como
a Virgem Maria e todos os santos junto com tantos outros irmãos e irmãs nossos anônimos para a honra
dos altares, mas escritos no livro da
vida. Todos eles estão enxertados no amor de Cristo,. passando o seu céu em
fazer o bem sobre a terra até que não fiquem mais almas para salvar, mais vida
para dignificar inteiramente. Este é o seu gozo, que os possa estar de júbilo
na glória. E a nós, nos enche de alegria e esperança porque já desde agora os
nossos pés estão pisando o novo céu
desse novo solo. E não queremos nunca deixar de pisar este solo,
desentender-nos desta terra que Deus fez para que aprendêssemos a amá-lo sobre todas as coisas, mas assim mesmo
tem todas as pessoas que nos revelam a sua presença sagrada, especialmente, nos
pequenos que nos iluminam a grandeza de sua misericórdia. Antes de sair para o
terceiro ponto entoamos momento de música. Senhor cantor..
3 . O tempo que se cumpre o anuncio profético. Quando falamos o tempo
em que se cumpre as mensagens proféticas estamos colocando a sua relação com a escatologia que, literalmente,significa
a ciência das coisas relativas ao tempo final ou ao final dos
tempos.Importante, então, destacar o valor da
escatologia na vida cristã quando
a inspiração vem Senhor Jesus com a qual termina o Apocalipse. Este livro
presença escatológico se repete na eucaristia e, certamente,mais de uma vez
parece que são poucos os que se dão
conta do que se está dizendo. Para os cristãos esta frase significa
obviamente que esperamos que venha o Senhor Jesus na sua segunda vinda para
renovar todas as coisas mas, são muitos os que pensam que esta vinda e esta
renovação por coincidir com o fim dos tempos
está muito longe, porque em todo caso posto que segundo o mesmo Jesus ninguém
conhece a hora da vinda, não há porque se preocupar a cerca desse assunto. Embora se proclame a
fé na segunda vinda e na renovação escatológica
esta fé não tem nenhuma incidência na vida.,
deste cristãos que se cumpra antes ou depois os anúncios proféticos não parecem
ter nenhuma transcendência da vida destas pessoas .
Por contraposição, quando com esta mentalidade se
refere nas mensagens carismáticas de natureza escatológica e preparamo-nos com
duas reações contrárias: Ou desprezam-nas taxando-as de apocalípticas com ônus
pejorativo desta palavra ou aceitam-nas como anuncio de algo absolutamente extraordinário
que Deus realizará sem cooperação humana como intervenção divina que rompe
todos os percalços desta nossa história onde a luta entre o bem e o mal, entre
a vida e a morte constituem o fio condutor. Diante disto devemos dizer que a
espera escatológica é um elemento essencial e indispensável da vida cristã e
que as mensagens carismáticas de natureza escatológica tem enorme importância
de atualizar em cada momento da igreja
nos salva, mas, deve-se entender bem a questão relativa ao tempo do cumprimento
destes anúncios proféticos. A idéia chave nesta matéria esta expressada na forma teológica do “jamais,
ainda não”. O Reino de Deus já veio em Cristo mas, todavia, na sua plenitude
definitiva. A plenitude dar-se graça a segunda vinda de Cristo. Agora quando
carismática e profeticamente se anuncia os fatos escatológicos de natureza
negativa: castigo, purificações ou positivas, renovações, ressurgimento é comum
fazermos por meio de termos apocalípticos que se encontram no livro do
Apocalipse em vários lugares do Novo Testamento onde se retoma e enriquece
muitas expressões similares do Antigo Testamento.
Estas expressões são em geral simbólicas alusivas ao mistério central
da vida em Cristo. A Páscoa do Senhor que encerra na sua morte e na sua
ressurreição toda a humanidade e todo o
universo, mas ao mesmo tempo estas expressões contém um claro-escuro que não permite distinguir a
priori como será o seu cumprimento ou
que aspectos se realizarão de forma literal nem quando se cumprirão. Contudo,
as profecias e os anúncios carismáticos tem grande importância na vida da
Igreja, porque faz-nos sentir aquela relação no meio de suas próprias tarefas e
problemas que já agora se cumpre as promessas de Cristo, como a da sua palavra:
no mundo terão angustias, mas, coragem: Eu venci o mundo . Embora ainda não se
cumpra de uma forma perfeita e definitiva, contudo, esta resposta não parece
satisfazer ainda a todas as perguntas que surgem quando se trata da mensagem
que anuncia como eminente a segunda vinda de Cristo e a restauração ou
renovação universal que se dará graças a
ela.
É possível pensar que a segunda vinda esteja já se dando “jamais, ainda
não”. Certamente é mais fácil pensar que
a renovação universal esta se dando, já embora ainda não esteja consumada. Impossível
podermos entender que há épocas em que o Senhor da história , cumprindo sua
palavra faça sentir como ele vence as pressões cada vez maior de sua igreja com
vitórias cada vez mais admiráveis . Mas acaso podemos desligar da segunda vinda
do Senhor esta renovação subterrânea progressiva entranhada nos misteriosos
“vai-e-vem” do progresso humano, com a
qual ela não se confunde (Vat II, GS, 39) que trata de terra nova e céu novo.
Não parece temerário pensar que com a expressão da segunda vinda se queira
dizer uma nova vinda de Cristo que, em
todo caso, tem relação estreita com sua ultima e definitiva vinda? Embora não revistas todas as
características que se atribuem a esta ultima vinda. Este seria o sentido
daquela palavra do Apocalipse: “Sim, venho em breve”, palavra que se repete de
muitas maneiras neste livro sem que se deva atribuir, necessariamente, a vinda
final como nas mensagens dos anjos da igreja :venho, logo, mantém o que tens
para que ninguém te tire a tua coroa.
Olha, estou á porta e chamo , se me ouvem e me abrem, entrarei em sua casa e
cearemos juntos. O que poderia entender-se da celebração da eucaristia? Pela volta do Senhor na própria
vida e cada momento histórico da igreja e da humanidade? É um componente
imprescindível da vida cristã e anunciar que de modo concreto e irrepetível se
completa a espera, se realiza agora escatologicamente. Por isso, já informa
verdadeira embora ainda não definitiva, isso pode ser, certamente, uma
revelação privada mas nem por isso mesmo enraizada na revelação oficial de
Cristo nem menos partícipe no valor
transformante que ela tem.
O mencional se ter algo que intrínseco a espera escatológica que o
final definitivo está, realmente, ás portas. O Novo Testamento nos ensina a
viver como se assim fosse de verdade as revelações privadas e as mensagens escatológicas ou
apocalípticas também podem ter este sentido de despertar na humanidade de hoje
esta atitude básica cristã.. Tão ausente de mentalidade temporalista e atéia
que trata de dominar-nos. Nessa perspectiva
tão pouco parece que possa se descartar a possibilidade de que antes da
consumação final venha o Senhor reinar mil anos no sentido de que a humanidade
vá alcançando um estado onde a redenção seja muito mais palpável e o reino de
Deus na terra não pareça uma simples utopia como alguns de nosso tempo queiram
apresentar.
4.A participação humana no cumprimento da renovação universal -
Concilio Vaticano II nos adverte, GS 39: A esperança de uma terra nova não deve
amortecer mas pelo contrário avivar a
preocupação por aperfeiçoar esta terra onde se desenvolve o corpo da nova
família humana, a qual pode de alguma forma oferecer o destino do novo século.
Os bens da dignidade humana, da união fraterna e da liberdade e todos os demais
bens que são o fruto de nosso trabalho e esforço depois de te-los propagados
pela terra no Espírito do Senhor segundo o seu mandato. Voltaremos a
encontrar-nos de novo límpios de toda margem, iluminados e transfigurados
quando Cristo entrega ao Pai o reino eterno e universal .
Este reino já está presente em nossa terra,
com a vinda do Senhor se consumará a sua perfeição. Este texto ensina-se que a
esperança no cumprimento das promessas escatológicas sua renovação universal
não exclue-se nossa atividade mas, pelo contrário, a exige e estimula. Esta
atividade é uma verdadeira colaboração conexão sobrenatural de Deus, não uma
simples condição prévia para que Deus
num determinado momento posterior atue sozinho.
Além do mais é uma colaboração
para construção do mesmo reino futuro que esperamos, é uma colaboração na ordem
sobrenatural embora se realize no plano de realidades temporais deste
universo em que estamos.Em definitivo
colaboramos com Deus para que cresça por Cristo o seu reino.O que fazemos em
preparar o corpo deste reino constituído pelo Corpo Místico de Cristo e
preparado no sacramento de seu corpo eucarístico? O tema ultimo de nossa ação e
da hora transformadora de Deus com a qual colaboramos não pode ser outro senão
a caridade, o amor em Cristo como o mesmo documento conciliar o relembra: GS
38.
O plano de Deus pelo qual todas as coisas foram feitas, feito Ele mesmo
carne e habitando na terra dos homens,
entrou como homem perfeito na história do mundo
assumindo e recapitulando em si mesmo. É Ele que nos revela que Deus é
amor quando nos ensina que a lei fundamental de perfeição humana é, portanto,
de transformação do mundo, é o mandamento novo do amor. Não obstante isto fica
o aspecto misterioso de que o fruto de nossa ação meritória tem nossa
colaboração amar a melhor obra
redentora e renovadora de Cristo não podemos pretender palpá-lo e
retê-lo porque será iluminado e transfigurado na realização definitiva do
reino. Impossível. Assim podemos também pensar nas prévias realizações do mesmo
reino que se nos anuncia cada vez em mensagens carismáticas e que antecipa “já
agora, mas ainda não, totalmente”o acontecimento definitivo do mesmo reino.
Por isso as mensagens proféticas ou escatológicas nunca podem
conceber-se como uma mera confirmação
das previsões com que atuamos por mais bem intencionada que seja. Por isso
também nas vindas apocalípticas do Senhor conservam sempre este caráter obscuro
e misterioso não só para o nosso
entender, mas, ainda, mais para o nosso próprio querer. São convite a
despojar-nos de todo cálculo e
manipulação egocêntrica , inclusive em nossa vida espiritual e nos planos pastoreio da igreja. A vinda do Senhor
em nossos dias nos despoja de nós
mesmos. Despoja a igreja de qualquer excessiva preocupação por si mesma. A
chegada embora não seja ainda definitiva
do reino de Deus que transforma a terra supõe um reagir já, agora,a nós mesmo.
Supõe que agora também passe a figura desse mundo.
CONCLUSÃO: Nós cristãos somos desafiados a perceber como Deus já agora
esta fazendo novas todas as coisas e que
a sua palavra já está se realizando. Contudo, existe uma série de
obstáculos que nos impede de reconhecer a novidade de Deus tanto no passado
como no presente. Falta-nos pureza de coração. Na linha das bem aventuranças, o egoísmo esta demasiadamente
enraizado em nós. Somos paralisados pelo desânimo, falta-nos liberdade e, por
isso somos impedidos de nos renovar e fazer o novo acontecer. Queremos
antecipar-nos ao Espírito Santo de Deus não nos deixando guiar por ele. Falta a
nossa igreja o senso de justiça. Temos medo de escandalizar o mundo.
Não
denunciamos o machista eclesial que marginaliza a mulher na igreja. Somos tomados por uma espécie de
cegueira espiritual como a denunciada por Jesus no episódio da cura do cego de
nascença, onde o fariseu se recusa a reconhecer a maravilhosa intervenção da
misericórdia de Deus na história humana por meio de ação de Jesus. Se vocês
fossem cegos não teriam pecados mas como você disse-nos mesmo: o pecado de você
permanece. Afirma Jesus: Só quem caminha de olhos abertos, com visão espiritual
é capaz de perceber que Deus está sempre fazendo o novo acontecer na nossa vida e na história
da humanidade. Parafraseando uma afirmação varias repetidas no livro do
Apocalipse podemos dizer: quem tem olhos
para ver que veja.
Como já dissemos a novidade que o Senhor realiza em nossos
dias passa também pelos carismas distribuídos pelo Espírito Santo a sua igreja
e ao mundo. Carismas comuns encontrados na comunidade cristã: Cebs, Pastorais,
Movimentos eclesiais, etc Mas também carismas extraordinários que ocorrem de
forma mais rara porém autentica na
igreja ao longo dos séculos e também hoje. São tantos: profecias, dons de cura,
locuções interiores, aparições, místicos esponsais, etc. Igualmente são dons do
Espírito que fazem surgir médicos, políticos, inventores, cientistas, técnicos,
artistas,etc novos que se lançam de corpo e alma na busca de soluções para os problemas da
humanidade pensando criar um mundo diferente mais humano e fraterno.
O Movimento Carismático é chamado a ser um testemunho, um sinal desta
novidade que o Espírito de Deus está criando na igreja e no mundo. Ele é como
um novo hábito para a igreja, não um movimento eclesial a mais entre outros
tantos que o Espírito suscita. O Movimento Carismático pretende ser uma
dimensão eclesial a ser anualmente descoberta e assimilada pela igreja.
Assim aconteceu com outros movimentos
que não existem mais por terem sido assimilados na vida da igreja. Isto se
passou com o movimento bíblico e o movimento litúrgico e outros considerados
agora como movimento da igreja. É necessário que não fiquemos na ignorância em
relação aos dons do espírito como nos exorta o apóstolo Paulo. Obrigado..
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