quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

III CONGRESSO DO MC DE ASSIS: Fundamentação





FUNDAMENTAÇÃO CARISMÁTICA DO TEMA
DOM JULIO TERAN DUTARI lida pelo Pe Francisco Palácios, da diocese de Quito
       

                          Pe.  Francisco representa D. Julio Teran Dutari que não pode estar presente em função de estar participando de encontro em Roma. Falará para nós sobre a fundamentação carismática do tema “Eis que faço novas todas as coisas”.

                -“Eis que faço novas todas as coisas” por D. Júlio Teran Dotari, Bispo Auxiliar de Quito, Equador- Introdução

                        Esta palestra vai tratar o tema do Congresso na perspectiva carismática da Igreja por dons espirituais quaisquer que sejam por estar a serviço na construção do Reino. Na carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo fala na variedade de dons, todos visando a construção  do Corpo de Cristo. Já que desejais os dons do Espírito procurai possui-los em abundância, porém, para que a edificação do reino da comunidade os dons são de muitos tipos e visam múltiplos serviços na Igreja e na sociedade. Ser apóstolo, profeta, doutor, falar em línguas e interpretá-las, operar milagres, entretanto outros dons acontecem  como fruto da ação do Espírito Santo no coração dos cristãos.  Entretanto para o apóstolo o dom mais excelente consiste na caridade que permanece para sempre. 

                   Os dons extraordinários concedidos aos chamados carismáticos são destinados a serem inseridos da forma mais adequada possível, nesse quadro de ação do Espírito Santo na sua Igreja em vista da nova criação ansiada por Deus. Em relação ao tema, assim dado “Eis que faço novas todas as coisas” consideraremos vários aspectos da mensagem carismática: a importância, o lugar que ocupa em relação ao anuncio da renovação de todas as coisas, o conteúdo desta renovação, o tempo para o qual se anuncia o cumprimento de tais profecias, a participação dos fiéis e da mesma pessoa carismática em dito cumprimento. 

                    1. A importância do anuncio sobre a renovação universal. As mensagens carismáticas do nosso tempo, especialmente, as que se deram já perto do ano 2000 tiveram muita importância por ser anuncio de uma renovação universal. Seria muito interessante recolher e ordenar todos esses documentos. Diante da impossibilidade de fazê-lo aqui limitar-me-ei a relembrar alguns poucos testemunhos. Nas mensagens de fé que fala Gove, devido ao contexto bíblico aparecem vários indícios que relaciona a renovação universal ao cumprimento da profecia Mariana, de Fátima. Por fim o meu Imaculado Coração triunfará. Assim, por exemplo, na mensagem de 28 de março de 1997 se menciona o triunfo da misericórdia divina no Crucificado e a participação de Maria neste triunfo citando a Jo. 12 e 32 – “Quando eu for levantado da terra atrairei todos os amigos”.Disse Maria: contemplai junto comigo como de seu Corpo Sacrificado surgem novos brotos da divina misericórdia. Toda humanidade será atraída ao seu amor de Salvador e Redentor. Dele nascerá a nova humanidade e será conduzida a plena comunhão de vida com o Pai de misericórdia. 

                  Assim, a divina misericórdia será defesa para inocência dos pequenos, fortaleza para o vigor dos jovens, apoio para a dignidade dos adultos, consolo para a dor dos pobres, perdão para a culpa dos pecadores, esperança para  angustia dos moribundos, salvação e vida para todos. 

                                 Em Jesus por vós se levantou da terra na cruz, vezes o triunfo da misericórdia divina cheia de vida e salva por Ele. Como Mãe eu participo deste seu plano de salvação e assim participo como co-redentora na obra de vossa redenção. Por isso a humanidade redimida precisa também confiar, pelo meu filho ao meu amor materno.Entrai no refúgio seguro do meu imaculado coração como seu triunfo predito por mim em Fátima. Vereis cumprir-se o maior milagre da divina misericórdia para o mundo. E no dia 8 de maio de 1997 a mensagem de Fátima se cumprirá e está se realizando em todas as partes pela ação misericordiosa de vossa mãe celestial, por ela precisa a consagração ao meu coração imaculado, como meio seguro para conseguir a conversão dos corações e da vida  para conduzir a humanidade pelo caminho de volta completa ao seu Senhor. Através do meu movimento sacerdotal mariano realizar-se-á agora no mundo inteiro esta consagração que tanto quis e pedi. Assim eu pude formar a multidão dos meus pequenos filhos pela qual obterei a minha maior vitória. Por este cenáculo impetrais o dom do II Pentecostes que já está muito próximo porque o meu imaculado coração se voltou ao novo cenáculo espiritual,  no qual se  cumprirá este milagre divino para a Igreja e para o mundo inteiro. Também nas mensagens de Maria voltada á fé, em Nicaones, Cuíca, do Equador 88/90 embora predomine o serviço sobrevivente purificação não falte o anuncio de um futuro de esperança. Na mensagem 31 de 9 de março de 1989 escutamos: diz o Senhor: eu os amo para sempre. Estejam preparados para minha segunda vinda. O Pai permite que o Filho venha novamente ao mundo. Irmãos eu vos amo muito, espero-vos no dia da salvação das almas e no meu coração sou vosso irmão. Segui-me, eu e minha mãe estamos convosco. Mas a mensagem reservada que foi dada a Patrícia Talgo no dia 10 de outubro de 1998, em Tepejaque, no México, especifica mais na sua parte final. No quarto dia depois das trevas tudo terá passado. A terra volta a sua órbita e os males já não existirão. O Papa volta a aparecer e organiza o mundo e por mais de 20 anos haverá paz como o mundo jamais conheceu. Todos se converterão. Até os judeus reconhecerão a autoridade do Papa. As seitas desaparecerão. Depois virá o período de anti-cristo e em  seguida virá anunciada a segunda vinda de Jesus e haverá 1000 anos de paz.   

2. O  Conteúdo da renovação universal. A quem podemos perguntar se a renovação que se anuncia para o nosso mundo é mudança completa das coisas, como agora existem, como um estado no qual reina a contemplação de Deus na missão beatífica, centralização como processo histórico da luta entre o bem e o mal que agora nos ocupa totalmente. Sendo  assim, então, o reino de Deus já consumado que iria instalar-se na terra? Para responder a estas perguntas utilizarei parte do comentário que fiz das palavras de uma carismática carmelita descalça no século XX a qual nos deixou escritas 8 mensagens, mas foi declarada doutora da igreja por João Paulo II: Santa Teresinha do Menino Jesus. 

Hoje se tem a impressão de que ela  mesma não permitiu antever no final de sua vida que teria uma missão :a desenhar e com esta missão doutoral deu-nos uma lição sobre o que pode vir a ser a renovação universal. Poucas semanas antes de morrer ela disse a sua irmã Inês de Jesus com rosto sereno e radiante: sinto que minha missão vai começar agora. A missão de ensinar a outros a amar a Deus como eu o amo. De dar as almas o meu pequeno caminho. Se Deus atender  aos meus desejos o meu céu se passará na terra até o fim do mundo. Sim, quero passar o meu céu fazendo bem na terra. Creio que nestas palavras e nas que seguiram existe um denso conteúdo teológico, numa consciência clara e segura de que ela teria uma missão de ensinar. Seria doutora do amor, doutora da paciência sobre a qual, segundo o grande doutor carmelitano S. João da Cruz seremos examinados no ultimo dia. E até que chegue este ultimo dia para todos terão que passar o seu céu ensinando a outros a ciência do amor a Deus, fazendo a muitos ouvir deste ensino e por suposto ouvir de Deus favores celestiais de intercessão, para puder praticar o que com esta ciência sublime você vai aprendendo  mas não pude atuar sem os dons de cima. 

Mas, ainda neste ensino doutoral de Santa Teresinha: há uma profunda concepção de céu e da terra, desta vida e da vida eterna, toda centrada no amor de Deus e do próximo. Uma concepção teológica que nos surpreende pela sua  existirão e porque não encontramos tão facilmente no contexto piedoso de outras mensagens carismáticas. O meu céu será fazer o bem na terra. E pouco antes falara como seria desgraçada no céu se eu não pudesse fazer pequenos favores na terra aos que amo. Não é esta uma idéia demasiada terrena do céu? Não se estaria tirando ao amor de Deus contemplar-se a si mesmo, lá na glória, algo da força explosiva que tem para fazer-nos feliz sem intermédio de criatura alguma como afirma a heterogia clássica? 

Parece que a mesma Teresinha entende a objeção e se apressa respondê-la  com a ajuda dos conhecimentos teológicos que possuía quando fica ai mesmo. Isso não é impossível, porque até os anjos velam por nós no meio da visão beatífica de Deus. Não?  até o fim do mundo não poderei descansar enquanto haja ainda que salvar almas. Somente quando o  anjo disse: o tempo já não existe então descansareis e alegrar-me-ei porque o número dos escolhidos será completo e todos poderão entrar no gozo e no repouso. Por este pensamento o meu coração pula de júbilo. Aqui serei verdadeiramente doutora da igreja esta pequena Teresa do Menino Jesus. Doutora do amor perfeito, no qual consiste a bem aventurança da glória. E o amor a Deus por Cristo e com Cristo. Por Cristo homem verdadeiro, por Cristo homem total , cabeça e membro primogênito junto com muitos irmãos, inseparável de toda multidão de seus irmãos e irmãs. No céu não se faz outra coisa senão cumprir com perfeição o mandamento de amarmos uns aos outros como Cristo nos ama. Porque esta é a única maneira possível de amar a Deus. Mas, como disse Santa Teresinha: enquanto tiver pessoas sobre a terra necessitadas do nosso amor, enquanto tiver pobres de alma e corpo que socorrer , enquanto tiver mulheres e meninos, depressão e humilhados, enfermos para curar,oprimidos para libertar o céu não estará completo e nem perfeito. 

O amor de Deus não poderá ainda viver-se com plena felicidade universal e, portanto, o céu consistirá ainda pois que vou entrando-la em fazer reverter sobre a terra o venturoso amor divino humano de que já goza em Cristo para que por Cristo cresça no mundo o único que pode fazer-nos felizes na terra como no céu . Este amor simples e árduo do mandamento de Jesus. Mas, por outro lado a renovação universal que se anuncia e começa a alicerçar-se não pode ser uma cópia antecipada da consumação definitiva, mas,uma participação deste céu  que agora possui já os que como S. Teresinha entrarão na glória de Cristo. É um estado em que subsiste a luta entre o bem e o mal, mas onde se pode viver fortemente do lado de Cristo, o rei que vai triunfando cada vez mais, embora de maneira misteriosa através do seu amor. 

Assim se entende a palavra teológica desta nova doutora da Igreja:quero passar o meu céu fazendo o bem sobre a terra. Ela sabia perfeitamente que almejar ao céu não era querer fugir da terra mas desejar a condição definitiva para amar de verdade, amando aos demais como Cristo e em Cristo ensinando-lhe o caminho pequeno e estreito que Jesus pregou e que ela mesmo redescobriu em seu próprio convento, porque no seu convento estava o céu  e estava já a nova terra que se nos anuncia em realizações talvez menos imperfeitas. Não estava ai Jesus na Eucaristia? E não é este o Senhor da glória Ele que pela sua ressurreição então tornou-se a carne no meio da Santíssima Trindade? Ele que por seu Espírito poderoso conquistou nesta sua carne um corpo que somos já todos os batizados e é também por vocação o destino de toda humanidade? E se o Corpo de Deus está aqui na terra como Corpo Místico cuja cabeça é o corpo físico do Ressuscitado a quem amamos sem te-lo visto?  E como o Corpo Eucarístico que comemos para fazer-nos no mesmo corpo  de Cristo? Então os novos céus e nova terra  não estão lá por cima, a renovação universal está acontecendo misteriosamente aqui no nosso mundo.E Teresa do Menino Jesus, a pequena grande doutora está aqui conosco no seio da terra como a Virgem Maria e todos os santos junto com tantos outros  irmãos e irmãs nossos anônimos para a honra dos altares,  mas escritos no livro da vida. Todos eles estão enxertados no amor de Cristo,. passando o seu céu em fazer o bem sobre a terra até que não fiquem mais almas para salvar, mais vida para dignificar inteiramente. Este é o seu gozo, que os possa estar de júbilo na glória. E a nós, nos enche de alegria e esperança porque já desde agora os nossos pés estão pisando o novo céu  desse novo solo. E não queremos nunca deixar de pisar este solo, desentender-nos desta terra que Deus fez para que aprendêssemos a  amá-lo sobre todas as coisas, mas assim mesmo tem todas as pessoas que nos revelam a sua presença sagrada, especialmente, nos pequenos que nos iluminam a grandeza de sua misericórdia. Antes de sair para o terceiro ponto entoamos momento de música. Senhor cantor.. 

3 . O tempo que se cumpre o anuncio profético. Quando falamos o tempo em que se cumpre as mensagens proféticas estamos colocando a sua relação  com a escatologia que, literalmente,significa a ciência das coisas relativas ao tempo final ou ao final dos tempos.Importante, então, destacar o valor da  escatologia  na vida cristã quando a inspiração vem Senhor Jesus com a qual termina o Apocalipse. Este livro presença escatológico se repete na eucaristia e, certamente,mais de uma vez parece que são poucos os que se dão  conta do que se está dizendo. Para os cristãos esta frase significa obviamente que esperamos que venha o Senhor Jesus na sua segunda vinda para renovar todas as coisas mas, são muitos os que pensam que esta vinda e esta renovação por coincidir com o fim dos tempos está muito longe, porque em todo caso posto que segundo o mesmo Jesus ninguém conhece a hora da vinda, não há porque se preocupar  a cerca desse assunto. Embora se proclame a fé na segunda vinda e na renovação escatológica  esta fé não tem nenhuma incidência na vida., deste cristãos que se cumpra antes ou depois os anúncios proféticos não parecem ter nenhuma transcendência da vida destas pessoas . 

                    Por contraposição, quando com esta mentalidade se refere nas mensagens carismáticas de natureza escatológica e preparamo-nos com duas reações contrárias: Ou desprezam-nas taxando-as de apocalípticas com ônus pejorativo desta palavra ou aceitam-nas como anuncio de algo absolutamente extraordinário que Deus realizará sem cooperação humana como intervenção divina que rompe todos os percalços desta nossa história onde a luta entre o bem e o mal, entre a vida e a morte constituem o fio condutor. Diante disto devemos dizer que a espera escatológica é um elemento essencial e indispensável da vida cristã e que as mensagens carismáticas de natureza escatológica tem enorme importância de  atualizar em cada momento da igreja nos salva, mas, deve-se entender bem a questão relativa ao tempo do cumprimento destes anúncios proféticos. A idéia chave nesta matéria esta  expressada na forma teológica do “jamais, ainda não”. O Reino de Deus já veio em Cristo mas, todavia, na sua plenitude definitiva. A plenitude dar-se graça a segunda vinda de Cristo. Agora quando carismática e profeticamente se anuncia os fatos escatológicos de natureza negativa: castigo, purificações ou positivas, renovações, ressurgimento é comum fazermos por meio de termos apocalípticos que se encontram no livro do Apocalipse em vários lugares do Novo Testamento onde se retoma e enriquece muitas expressões similares do Antigo Testamento.
Estas expressões são em geral simbólicas alusivas ao mistério central da vida em Cristo. A Páscoa do Senhor que encerra na sua morte e na sua ressurreição  toda a humanidade e todo o universo, mas ao mesmo tempo estas expressões contém  um claro-escuro que não permite distinguir a priori como será  o seu cumprimento ou que aspectos se realizarão de forma literal nem quando se cumprirão. Contudo, as profecias e os anúncios carismáticos tem grande importância na vida da Igreja, porque faz-nos sentir aquela relação no meio de suas próprias tarefas e problemas que já agora se cumpre as promessas de Cristo, como a da sua palavra: no mundo terão angustias, mas, coragem: Eu venci o mundo . Embora ainda não se cumpra de uma forma perfeita e definitiva, contudo, esta resposta não parece satisfazer ainda a todas as perguntas que surgem quando se trata da mensagem que anuncia como eminente a segunda vinda de Cristo e a restauração ou renovação universal  que se dará graças a ela.
 É possível pensar que a segunda vinda esteja já se dando “jamais, ainda não”. Certamente  é mais fácil pensar que a renovação universal esta se dando, já embora ainda não esteja consumada. Impossível podermos entender que há épocas em que o Senhor da história , cumprindo sua palavra faça sentir como ele vence as pressões cada vez maior de sua igreja com vitórias cada vez mais admiráveis . Mas acaso podemos desligar da segunda vinda do Senhor esta renovação subterrânea progressiva entranhada nos misteriosos “vai-e-vem” do progresso humano,  com a qual ela não se confunde (Vat II, GS, 39) que trata de terra nova e céu novo. Não parece temerário pensar que com a expressão da segunda vinda se queira dizer uma nova vinda  de Cristo que, em todo caso, tem relação estreita com sua ultima e definitiva  vinda? Embora não revistas todas as características que se atribuem a esta ultima vinda. Este seria o sentido daquela palavra do Apocalipse: “Sim, venho em breve”, palavra que se repete de muitas maneiras neste livro sem que se deva atribuir, necessariamente, a vinda final como nas mensagens dos anjos da igreja :venho, logo, mantém o que tens para que ninguém  te tire a tua coroa.

 Olha, estou á porta e chamo , se me ouvem e me abrem, entrarei em sua casa e cearemos juntos. O que poderia entender-se da celebração da  eucaristia? Pela volta do Senhor na própria vida e cada momento histórico da igreja e da humanidade? É um componente imprescindível da vida cristã e anunciar que de modo concreto e irrepetível se completa a espera, se realiza agora escatologicamente. Por isso, já informa verdadeira embora ainda não definitiva, isso pode ser, certamente, uma revelação privada mas nem por isso mesmo enraizada na revelação oficial de Cristo nem menos partícipe  no valor transformante que ela tem. 

O mencional se ter algo que intrínseco a espera escatológica que o final definitivo está, realmente, ás portas. O Novo Testamento nos ensina a viver como se assim fosse de verdade as revelações  privadas e as mensagens escatológicas ou apocalípticas também podem ter este sentido de despertar na humanidade de hoje esta atitude básica cristã.. Tão ausente de mentalidade temporalista e atéia que trata  de dominar-nos. Nessa perspectiva tão pouco parece que possa se descartar a possibilidade de que antes da consumação final venha o Senhor reinar mil anos no sentido de que a humanidade vá alcançando um estado onde a redenção seja muito mais palpável e o reino de Deus na terra não pareça uma simples utopia como alguns de nosso tempo queiram apresentar. 

4.A participação humana no cumprimento da renovação universal - Concilio Vaticano II nos adverte, GS 39: A esperança de uma terra nova não deve amortecer mas  pelo contrário avivar a preocupação por aperfeiçoar esta terra onde se desenvolve o corpo da nova família humana, a qual pode de alguma forma oferecer o destino do novo século. Os bens da dignidade humana, da união fraterna e da liberdade e todos os demais bens que são o fruto de nosso trabalho e esforço depois de te-los propagados pela terra no Espírito do Senhor segundo o seu mandato. Voltaremos a encontrar-nos de novo límpios de toda margem, iluminados e transfigurados quando Cristo entrega ao Pai o reino eterno e universal 

Este reino já está presente em nossa terra, com a vinda do Senhor se consumará a sua perfeição. Este texto ensina-se que a esperança no cumprimento das promessas escatológicas sua renovação universal não exclue-se nossa atividade mas, pelo contrário, a exige e estimula. Esta atividade é uma verdadeira colaboração conexão sobrenatural de Deus, não uma simples condição  prévia para que Deus num determinado momento posterior atue sozinho.

 Além do mais é uma colaboração para construção do mesmo reino futuro que esperamos, é uma colaboração na ordem sobrenatural embora se realize no plano de realidades temporais deste universo  em que estamos.Em definitivo colaboramos com Deus para que cresça por Cristo o seu reino.O que fazemos em preparar o corpo deste reino constituído pelo Corpo Místico de Cristo e preparado no sacramento de seu corpo eucarístico? O tema ultimo de nossa ação e da hora transformadora de Deus com a qual colaboramos não pode ser outro senão a caridade, o amor em Cristo como o mesmo documento conciliar o relembra: GS 38. 

O plano de Deus pelo qual todas as coisas foram feitas, feito Ele mesmo carne  e habitando na terra dos homens, entrou como homem perfeito na história do mundo  assumindo e recapitulando em si mesmo. É Ele que nos revela que Deus é amor quando nos ensina que a lei fundamental de perfeição humana é, portanto, de transformação do mundo, é o mandamento novo do amor. Não obstante isto fica o aspecto misterioso de que o fruto de nossa ação meritória tem nossa colaboração amar a  melhor obra redentora  e renovadora de  Cristo não podemos pretender palpá-lo e retê-lo porque será iluminado e transfigurado na realização definitiva do reino. Impossível. Assim podemos também pensar nas prévias realizações do mesmo reino que se nos anuncia cada vez em mensagens carismáticas e que antecipa “já agora, mas ainda não, totalmente”o acontecimento definitivo do mesmo reino. 

Por isso as mensagens proféticas ou escatológicas nunca podem conceber-se  como uma mera confirmação das previsões com que atuamos por mais bem intencionada que seja. Por isso também nas vindas apocalípticas do Senhor conservam sempre este caráter obscuro e misterioso não só  para o nosso entender, mas, ainda, mais para o nosso próprio querer. São convite a despojar-nos  de todo cálculo e manipulação egocêntrica , inclusive em nossa vida espiritual e nos planos  pastoreio da igreja. A vinda do Senhor em  nossos dias nos despoja de nós mesmos. Despoja a igreja de qualquer excessiva preocupação por si mesma. A chegada  embora não seja ainda definitiva do reino de Deus que transforma a terra supõe um reagir já, agora,a nós mesmo. Supõe que agora também passe a figura desse mundo. 

CONCLUSÃO: Nós cristãos somos desafiados a perceber como Deus já agora esta fazendo novas todas as coisas e que  a sua palavra já está se realizando. Contudo, existe uma série de obstáculos que nos impede de reconhecer a novidade de Deus tanto no passado como no presente. Falta-nos pureza de coração. Na linha das bem  aventuranças, o egoísmo esta demasiadamente enraizado em nós. Somos paralisados pelo desânimo, falta-nos liberdade e, por isso somos impedidos de nos renovar e fazer o novo acontecer. Queremos antecipar-nos ao Espírito Santo de Deus não nos deixando guiar por ele. Falta a nossa igreja o senso de justiça. Temos medo de escandalizar o mundo.

 Não denunciamos o machista eclesial que marginaliza a mulher  na igreja. Somos tomados por uma espécie de cegueira espiritual como a denunciada por Jesus no episódio da cura do cego de nascença, onde o fariseu se recusa a reconhecer a maravilhosa intervenção da misericórdia de Deus na história humana por meio de ação de Jesus. Se vocês fossem cegos não teriam pecados mas como você disse-nos mesmo: o pecado de você permanece. Afirma Jesus: Só quem caminha de olhos abertos, com visão espiritual é capaz de perceber que Deus está sempre fazendo  o novo acontecer na nossa vida e na história da humanidade. Parafraseando uma afirmação varias repetidas no livro do Apocalipse  podemos dizer: quem tem olhos para ver que veja. 

Como já dissemos a novidade que o Senhor realiza em nossos dias passa também pelos carismas distribuídos pelo Espírito Santo a sua igreja e ao mundo. Carismas comuns encontrados na comunidade cristã: Cebs, Pastorais, Movimentos eclesiais, etc Mas também carismas extraordinários que ocorrem de forma mais rara porém autentica  na igreja ao longo dos séculos e também hoje. São tantos: profecias, dons de cura, locuções interiores, aparições, místicos esponsais, etc. Igualmente são dons do Espírito que fazem surgir médicos, políticos, inventores, cientistas, técnicos, artistas,etc novos que se lançam de corpo e alma  na busca de soluções para os problemas da humanidade pensando criar um mundo diferente mais humano e fraterno.  
     
O Movimento Carismático é chamado a ser um testemunho, um sinal desta novidade que o Espírito de Deus está criando na igreja e no mundo. Ele é como um novo hábito para a igreja, não um movimento eclesial a mais entre outros tantos que o Espírito suscita. O Movimento Carismático pretende ser uma dimensão eclesial a ser anualmente descoberta e assimilada pela igreja. Assim  aconteceu com outros movimentos que não existem mais por terem sido assimilados na vida da igreja. Isto se passou com o movimento bíblico e o movimento litúrgico e outros considerados agora como movimento da igreja. É necessário que não fiquemos na ignorância em relação aos dons do espírito como nos exorta o apóstolo Paulo. Obrigado..

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