1 – o que é o Discernimento dos Espíritos?
O Discernimento é uma habilidade ou capacidade dada por Deus de se
reconhecer a identidade (e muitas vezes, a personalidade e a condição) dos
“espíritos” que estão por detrás de diferentes manifestações ou atividades.
Este dom, essencial à Igreja, é geralmente concedido aos pastores do rebanho
de Deus e aos que estão em posição de guardar e de guiar os Santos.
Como podemos ver na definição acima, esse dom de Deus nos ajuda,
portanto, a perceber a origem de uma intuição, de um pensamento, a causa de
um comportamento – especialmente quando este se nos apresenta de forma
estranha. O discernimento, assim, é um dom “protetor da comunidade e protetor
de todos os outros dons”.
Como dom do Espírito, não procede das capacidades simplesmente
humanas, nem das deduções científicas que possamos ter adquirido. “O
discernimento é intuição pela qual sabemos o que é, verdadeiramente, do
Espírito Santo”.
O discernimento, ainda pode ser visto como uma espécie de visão ou
sensibilidade; é uma revelação espiritual da operação de diferentes tipos de
espíritos numa pessoa ou numa situação; é o meio pelo qual Deus faz os
cristãos tomarem consciência do que está acontecendo.
Após todas estas definições, podemos nos perguntar: Qual o benefício
esse dom nos traz, ao ser usado de forma adequada? Como usar esse dom?Como
foi usado por pessoas, quando viveram em situações complexas em suas vidas?
Como proceder a partir da orientação certa, segura que o discernimento lhes
deu?
2 – O uso do dom do Discernimento
O Carisma em estudo, nos permite agir de forma correta em um fato ou
situação que temos em mãos, no momento. Nos permite identificar a causa dessa
situação especial, podendo, assim, nos levar à raiz, ao princípio que a move,
que a origina, encaminhando a situação acertada e feliz.
O uso do dom nos ajuda, portanto, a conhecer o espírito, isto é, o
princípio animador (anima = o que anima, move, movimenta etc). Com ele
(dom), podemos chegar, com facilidade, á origem de uma inspiração e confirmar
de onde esta pode vir:
- se provém de Deus (ou de Deus por meio de Seus anjos, os Seus
mensageiros);
- se origina da mente humana (a qual pode estar sã, doentia,
desequilibrada ou alterada);
- se provém dos espíritos maus (do demônio ou de influências
espirituais maléficas).
Para que o uso do dom de discernimento, seja utilizado com cada vez
mais eficiência e eficácia e como é um dom do Espírito, deve ser usado à luz
da oração (especialmente a oração em línguas, que facilita a nossa
mente a perceber a orientação de Deus), com sabedoria (dom, como
dissemos, que acompanha o uso de todos os outros dons espirituais), com jejum
e em comunhão constante com o Senhor.
O discernimento ajuda-nos, ainda, a distinguir o certo do errado, o
verdadeiro do falso, e orienta nossas vidas na fé e doutrina de Jesus Cristo.
3 – Jesus e o Discernimento
Jesus se deixou guiar pelo discernimento em diversas situações de Sua
vida pública e em Seu ministério e ao passo que tais situações aconteciam,
ensinava aos Seus discípulos a também se deixarem guiar pelo discernimento.
Veja alguns exemplos em que Jesus utiliza do discernimento:
Quando Seus oponentes (os escribas) atribuíam à Sua ação a presença de
um espírito imundo, afirmando q Ele agia por belzebu, expelindo os demônios,
Jesus não ia deixar essa afirmação passar assim no barato, e não deixou
mesmo!!! E concluiu com um belo discernimento doutrinal, que eles mesmos não
tinham percebido. Ele diz: “Como pode Satanás expulsar a Satanás? Pois, se
um reino estiver dividido contra si mesmo, não pode durar” e acrescentou
“Mas, se é pelo Espírito de Deus que expulso os demônios, então chegou para
vós o reino de Deus”.
Na discussão sobre o cego de nascença, relatada em Jo 9,1ss, Jesus não
culpa ninguém pela cegueira, mas discerne como ocasião da manifestação da
glória de Deus e o cura.
Nas tentações do deserto, Jesus soube discernir como poderia vencer o
maligno, lançando mão do discernimento doutrinal da Palavra de Deus.
É vendo esses exemplos na vida de Jesus – e temos muitos outros -, que
os apóstolos e nós vamos aprendendo a usar o dom do discernimento, que nos
auxilia nas decisões práticas, nas atitudes concretas que podemos seguir.
Tendo os Apóstolos, vivido ao lado de Jesus por tantos momentos em que
Ele usou de discernimento e após o Pentecostes, também eles passaram a
utilizar frequentemente o dom. Esta é uma atitude que devemos ter em todos os
momentos de nossas vidas, devemos pedir incessantemente pelo dom do
discernimento, precisamos praticar o dom do discernimento e assim veremos que
muitas situações de nossas vidas serão simples e práticas de se resolver.
4 – A natureza do discernimento
Aponta-se diversas naturezas e tipos de Discernimento que são
identificados da seguinte forma:
- O discernimento comum ou bom-senso: este tipo é uma fonte de verdade,
por ele podemos chegar a importantes conclusões, com base no que a nossa
natureza nos faz intuir. O senso comum é uma fonte de informação de como
devem os nos comportar, pensar ou agir de forma adequada. Exemplo: Quando vou
a Igreja, sei o modo de me vestir. Não necessito da luz espiritual e interior
para saber como me devo vestir e portar num ambiente religioso.
- O discernimento científico: é aquele que provém das conclusões
científicas e plenamente certas. Quando estamos doentes, o médico nos
auxilia, pelo conhecimento científico que já adquiriu, quer pela ciência que
estudou e testou, quer por sua experiência no campo de sua atividade.
- O discernimento doutrinal: trata-se do discernimento que a
Palavra de Deus, o magistério da Igreja (em seus documentos), já me oferecem.
Por esse conhecimento e verdade, posso caminhar firme na fé, desviando-me do
que não é correto segundo Deus e a Igreja.
Por esse discernimento, somos levados a distinguir a voz de Deus de
outras vozes que nos queiram confundir.
- O discernimento, como carisma do Espírito Santo: esse carisma
ajuda-nos a avaliar as coisas de Deus e deixar de lado as que não provém
dEle. Auxiliados por esse dom, podemos emitir juízo sobre a natureza de
nossos pensamentos, bem como as atitudes práticas, vendo se estas estão em
conformidade com a vontade de Deus. Assim, posso discernir se algo é
contrário a vontade de Deus e então evitar.
Até o zelo pelas coisas de Deus deve ser acompanhado pelo dom do
discernimento, assim como afirma São Paulo ao falar dos Judeus e suplicar por
sua salvação: “Eles têm um zelo por Deus, mas um zelo sem discernimento” .
Se nosso zelo espiritual ou doutrinal com as coisas de Deus, não forem
acompanhados de discernimento, muitas coisas poderá ser afirmada de forma
inadequada ou falsificada.
Fonte: Os Carismas do Espírito Santo
Autor: Pe Isac Isaías Valle
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Movimento para o discernimento dos carismas extraordinários suscitados pelo Senhor na sua Igreja, no passado e nos dias atuais. Fundado por Franca Cornado em 29 de agosto de 1967
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Dom do Discernimento dos Espíritos
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