REGIONAL DE MANAUS
Estudo “Eu sou a videira e vocês os ramos: MC – Obra de Luz, Sabedoria e Conselho de Deus”
1) Por que o Congresso 2003, anunciado para João Pessoa, passou a ser realizado na Aldeia de São Miguel, na Baía da Traição?
Porque o Senhor convidou o MC a entrar em contato com a realidade indígena, a fim de:
· Buscar uma relação fraterna com as pessoas de todas as classes, sem preconceitos, pois o MC precisa ser luz em todos os lugares que necessitam de Deus e precisam ter esperança na volta de Jesus;
· Mostrar que somos todos irmãos e, portanto, devemos viver na unidade, mesmo que hajam diferenças sociais e culturais, pois todos os ramos (pessoas) são parte da mesma videira (Jesus). Assim, devemos nos esforçar para criar uma sociedade mais justa, fundada na comunhão e participação, para que ninguém se sinta marginalizado, injustiçado e excluído;
· Realizar a vontade de Deus de a Igreja ajudar na reanimação da fé desse povo excluído e marginalizado pela sociedade, reavivando a importância do seu modo de vida e tradição deixados por seus antepassados. Assim, O MC pode ajudar a construir no Brasil uma nova história, onde o acesso à vida digna seja um direito de todos.
2) Por que dizer que o MC é Obra de Deus? Quais fatos confirmam isto?
Porque o MC surgiu de um plano de Deus, como uma dádiva de amor para despertar o interesse, a abertura e a acolhida dos carismas que surgem em nosso tempo, no meio do povo e dentro das diferentes culturas. Os sinais mais visíveis que confirmam a origem dessa Obra foram os milagres realizados, a pedido do Pe. Espiritual de Franca: a confirmação da aparição de Nossa Senhora da Rosa Mística, em Fontanelle (Itália), e a cura da mesma, de um tumor maligno na coluna, de forma inesperada.
Outros sinais são os fatos de que, sendo Ele mesmo quem conduz, participantes que se deixaram guiar permaneceram na Obra, e os que tentaram impor seus esquemas se afastaram; ainda o vencer das crises ao longo da trajetória do MC, que ocorreram à medida que os participantes deixaram-se conduzir como simples colaboradores.
3) Explicar porquê o MC não é mais um entre os Movimentos Eclesiais que surgem na Igreja de hoje.
Porque o MC deve ser uma dimensão da Igreja a ser redescoberta e assimilada: a dimensão carismática, pois é necessário que a Igreja se reconheça fundada sobre os apóstolos (dimensão hierárquica) e sobre os profetas (dimensão carismática). Deus sempre falou através dos profetas, portanto, o MC surge como um movimento despertado pelo Senhor para recuperar na sua Igreja a dimensão carismática, hoje esquecida e relegada a segundo plano.
4) Para ser Obra de Luz, o que deve fazer o MC?
O MC, como movimento restaurador dos carismas que implantam o reino de Deus no mundo, deve ser luz que resplandeça nas trevas do ódio, que desmascare as mentiras e as injustiças do mundo, para que assim o amor reine nos corações e na vida das pessoas e Jesus possa encontrar fé sobre a terra quando da sua volta.
O MC, portanto, deve atuar como uma obra a serviço do amor à verdade e à justiça, praticando-as em comunhão com os atos de fé vivenciados no cotidiano da Igreja (conhecimentos de fé, as verdades sobre Deus e a Humanidade, as celebrações e os cultos), fazendo-as triunfar no mundo. Parte desse esquema é a fuga da mentira e o desapego material e pessoal que fariam seus membros compartilhar com as injustiças praticadas na sociedade.
Entretanto, o MC não deve criar obras novas, mais somar com outros grupos, com forças da sociedade que buscam a paz ou com as pastorais da Igreja que promovem e defendem o amor à verdade e à justiça. Finalmente, cabe ao MC expressamente, manter viva a fé em Jesus Salvador, que é o sustento dessas obras.
5) Relatar fatos ocorridos aos nossos irmãos índios, que são frutos de quem não ama a luz e sim a mentira e a injustiça.
Desde a colonização os índios foram vítimas da cobiça e ganância das autoridades e exploradores, do desrespeito, omissão e outros crimes impunes cometidas contra eles. Ainda hoje são expulsos de seus territórios, proibidos na vivência de seus costumes, escravizados e discriminados. Dentre os fatos mais conhecidos, que são relacionados aos índios Pataxó e que chocaram o Brasil foram:
- Expulsão de sua área Caramuru-Catarina-Paraguassu (BA);
- Diminuição da terra de 54.100 há para 3.269;
- Perda de sua língua e com isso a impossibilidade de realizar seus rituais;
- Assassinato dos líderes João Cravim em 1988, numa emboscada
- Assassinato de seu irmão em 1997, também líder, Galdino Jesus dos Santos, queimado enquanto dormia numa parada de ônibus;
- Morosidade da Justiça na demarcação de suas terras, que continuam a gerar mais violências.
6) O Papa João Paulo II afirmou que os índios podem ser evangelizadores do nosso continente. Explicar essa afirmação.
Os índios podem nos oferecer seu exemplo de vida que, vista como uma evangelização, resgata o sentido profundo da vida contido nas culturas índias; uma cultura na qual o investimento nas pessoas e na sua educação não é para inseri-las no mercado de trabalho, mas para a igualdade e para a partilha. Os índios conseguem até hoje reproduzir uma sociedade igualitária, pois possuem uma economia que não visa lucro e sim “economia de reciprocidade”, que consiste em fazer circular os bens e produzir igualdades. Respeitam o tempo do descanso, através das festas após um dia de trabalho, e promovem o respeito à natureza e aos dons de Deus proporcionados por ela.
7) Que diretrizes e conselhos o Espírito Santo inspira no meio dos índios e dos envolvidos na luta deles?
O CIMI representa o órgão que mais tem lutado a favor dos índios, realizando as inspirações que a Igreja recebeu do Espírito Santo em favor desses povos. Como parte de suas obras animadoras, são citados:
- A revalorização da importância da luta espiritual, simbólica e ritual dos povos indígenas, procurando recuperar os seus valores e costumes;
- A busca da solidariedade entre os povos indígenas, promovendo encontros entre povos e comunidades em vários níveis;
- O reconhecimento da dignidade dos indígenas, fundamental para defendê-los diante dos demais;
- O acolhimento da colaboração das igrejas e pessoas não indígenas no desenvolvimento intergral desses povos;
- A purificação e enriquecimento da vida concreta da fé cristã, pelo testemunho mais claro do Evangelho, que tem como uma das suas tarefas a promoção humana integral dos povos indígenas.
8) Quais são as três obras específicas que nascem da sabedoria de Deus e foram indicadas à Franca, das quais o MC é a primeira?
As três Obras são:
- A luz que vence as trevas, representada pelo MC;
- O amor que vence o ódio, na pessoa dos Místicos Esponsais;
- O triunfo que vence a queda de Eva, levando a mulher e sua estirpe à dignidade para a qual foi criada, representada pela sua contribuição específica na Igreja: a vigilância sobre a Igreja e o maligno, a ser esmagado pela Mãe de Deus.
9) O que devemos podar no MC?
Poda tudo aquilo que impede o MC de produzir frutos, de servir à Obra integralmente:
- Os esquemas mentais dos membros e os programas de vida materialista, os desejos de ser importante e reconhecido pelo grupo, julgar que sempre tem algo mais importante para fazer ou falar, colocando o outro sempre em segundo plano e não saber acolher o que o outro fala para meditar depois;
- Os reducionismos de parte: diante dos conflitos entre vida espiritual e terrena, conflitos nas diferentes maneiras de ver e proclamar Cristo (na Igreja e na sociedade), o MC oferece a guia e o discernimento dos sinais do tempo para que se superem as contraposições existentes hoje na Igreja.
- O desequilíbrio: o MC ensina a viver os conflitos buscando o equilíbrio, discernindo entre o verdadeiro e o falso, a fim de que os novos carismas que o Senhor oferece à Igreja possam dar frutos de vida. Busca o equilíbrio dos santos, para que cada palavra dita ou calada, cada passo feito ou recusado, tudo seja na perfeita vontade de Deus.
- A divisão entre fé e obras: uma fé sem obras não pode perdurar, assim como as obras sem a fé não têm êxito. Não existe vida plena sem a fé, e o MC tem como missão justamente preparar o rebanho para encontrar Cristo com uma fé verdadeira e concreta.
- A separação entre a fé e a vida: o MC prepara o povo a uma fé granítica, ajudando-o a superar os conflitos. A integração entre a fé e a vida deve ser procurada por cada cristão, dentro de sua missão específica. Assim, o MC deve ajudar no discernimento dos carismas, de forma que os dons recebidos possam conduzir os destinatários a uma verdadeira mudança de vida, que levem ao crescimento humano e espiritual de vida pessoal, comunitária e social, refletidos em obras de vida.
10) Qual missão do MC na Igreja e no mundo?
Para a Igreja: ser ponte entre os carismáticos e a hierarquia, a fim de ajudar a Igreja a superar as contraposições perigosas entre hierarquia e dons, fé e vida, fanatismo e indiferença diante dos carismas extraordinários que se manifestam entre nós, hoje, fruto do amor de Deus por nós.
Para o mundo: ser obra de luz, sabedoria e conselho de Deus no meio da sociedade, comprometendo-se em criar um mundo de amor, de verdade e justiça, animados pela esperança na volta de Jesus. Desse modo, deve preparar o povo para uma fé granítica, promovendo atividades de catequese, encontros de espiritualidade e jornadas de estudos que possam ajudar a redescobrir a própria fé em Jesus.
GRUPO CORAÇÃO CASTÍSSIMO DE SÃO JOSÉ / MC MANAUS

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