Caríssimos no Senhor,
Um assunto que nunca tratei a fundo com vocês é o da VOCAÇÃO. Quero falar não da vocação em geral, mas da VOCAÇÃO a Cristo, como padres ou religiosos consagrados.
Delicada, imprevista, penetrante, clara e principalmente persistente, esta vocação é algo de tão íntimo que não precisa de nenhum conselheiro. Parece quase uma relação única, íntima com Deus e no qual a conversa se desenrola somente entre Deus e a criatura que Ele escolheu. E é assim: quando Deus chama é porque os seus olhos já se pousaram sobre a criatura e ele a convida e torna a convidá-la. Certamente Deus não obriga as almas, mas, a exemplo de Maria Santíssima, as convida a obedecer. Mas é tão doce e convidativa a sua chamada, que é difícil fugir-lhe, para optar pela nossa infelicidade, esperando alcançar no mundo sei lá o que!
Delicada, imprevista, penetrante, clara e principalmente persistente, esta vocação é algo de tão íntimo que não precisa de nenhum conselheiro. Parece quase uma relação única, íntima com Deus e no qual a conversa se desenrola somente entre Deus e a criatura que Ele escolheu. E é assim: quando Deus chama é porque os seus olhos já se pousaram sobre a criatura e ele a convida e torna a convidá-la. Certamente Deus não obriga as almas, mas, a exemplo de Maria Santíssima, as convida a obedecer. Mas é tão doce e convidativa a sua chamada, que é difícil fugir-lhe, para optar pela nossa infelicidade, esperando alcançar no mundo sei lá o que!
O que o mundo pode nos oferecer em comparação com o que nos pode dar o nosso Deus? Ser convidado por Ele quer dizer ser convidado ao Amor de Deus. É o amor de Deus, bem diverso do amor humano, é o amor de um Rei verdadeiro que ama plenamente as suas criaturas. "Abençoados aqueles que escutam a minha Palavra e a colocam em prática" disse Jesus no Evangelho. Se estas palavras valem para todos, valerão principalmente para os que ouvem esta Palavra como convite pessoal, que nasce de dentro do coração e da alma de cada candidato que ele quer convidar.
A criatura não tem nenhum merecimento por esta escolha divina e mesmo assim, às vezes, se faz surda. Embora entendendo que é uma escolha para o bem, contudo se obstina e prefere fazer o mal. Santo Agostinho fatigou muito para sair deste "dualismo". Eu gostaria realmente de convidar todos os que têm "vocação" a agradecer antes de tudo o Senhor por terem sido atraídos sem merecimento algum. Gostaria de dizer-lhes: "tenham coragem", o paraíso no fundo é dos... violentos, ou seja, dos que uma vez compreendido Deus, o seguem e ainda mais o querem. Já sei que vão surgir as perguntas de práxis, formuladas principalmente por parentes e amigos: " Você não sabe como é difícil viver os votos desta vocação?", mas diante de nosso Senhor que chama, por que não repor Nele mais fé, mesmo na sua graça de estado? Graça é a chamada, graça será também a ajuda para manter-nos "SEUS" e às "SUAS ORDENS" sempre que de nossa parte façamos o nosso dever e combatamos o respeito humano, aquele terrível respeito humano que nos quer puxar para trás por medo das pessoas, das opiniões dos outros. Quantos pretextos humanos e de medo!
Lembrem-se que o medo não é nunca suficiente para fazer calar a voz do Senhor, se por dentro nos chama. Recordemo-nos também que os consagrados a Deus serão os primeiros a sentar com o Senhor no Paraíso. Recordemos que o Paraíso é eterno. Uma felicidade eterna deveria então ser colocada em dúvida somente por coisas temporárias? É ridículo pensar assim. No Paraíso há um lugar para os seus heróis... Os famosos não fazem coisas sobre a terra para tornarem-se célebres, sem nem mesmo serem chamados! Nós não gostaríamos de responder à sublime chamada: "Eis que estou aqui Senhor!" Cada um procure não ter sobre a consciência o pecado de ter voluntaria ou involuntariamente frustrado, digo FRUSTRADO, o projeto de Deus que o chamava. O mundo escolhe, como eu disse, as suas "estrelas", os seus "astronautas", etc.: e não pode, portanto, o Senhor escolher e chamar os "SEUS" ? Então, procuremos repreender aquelas mães e pais que mesmo indo a Missa e declarando-se cristãos, se sentem ofendidos e se revoltam diante da possibilidade de ter um filho Padre. É realmente delituoso e farisaico.
Aos Escribas e Fariseus se parecem esses tipos de pais, que às vezes passam-se por doentes para impedir mesmo uma consagração a Deus de um filho que é convidado a seguir Jesus. Não pensem que tudo quanto lhes escrevo, o diga somente como formalidade.
Digo-o com convicção de causa. De fato, como a maioria de vocês já sabem, Eu tenho um filho padre/missionário. Pois bem, todos os meus filhos me amam, mais este, lhes garanto, é o que me ama mais. Por quê? O seu afeto vem acrescentado pelo amor de Cristo. Nunca lhes fiz uma carta assim comprida! Mas pelas vocações valia a pena.
Abraço-os como sempre com tanto afeto.
Agosto de 1984
Vossa Franca

Nenhum comentário:
Postar um comentário