O Movimento Carismático de Assis foi fundado no dia 29 de agosto de 1967, na cidade de Assis, Itália. Franca Cornado, casada e mãe de quatro filhos, recebeu o chamado do Senhor. Por que o dia 29 de agosto é uma data importante para o MC? Porque foi justamente no dia 29 de agosto de 1967,que teve início o Mc e se acendeu a primeira chama do Movimento Carismático de Assis.
Foi assim que o Senhor falou ao coração de Dona Franca, que se encontrava na Catedral de Assis (Itália), participando da Missa de um sacerdote, para o qual ela tinha colocado a sua experiência extraordinária e que soube entendê-la, porque ele também era carismáctico. A partir desta data foi aos poucos se desenvolvendo o movimento.
Mas também, um dia explicou que, nesta data, recorria a festa do martírio de São João Batista. Assim comno o Batista foi o precursor de Jesus, assim devia ser para o MC, ser o precursor na Igreja de um novo Petencostes, que Deus está preparando para seus filhos...
Então a imagem de São João Batista é para nós algo muito significativo. Não é simplesmente uma coincidência de datas, mas uma coincidência de missão, tornando assim muito querido aos nossos corações a figura de São João Batista. A experiência dele vai nos ajudar a saber ser os precursores, nos dias de hoje, de um novo Petencostes que Deus quer e já está realizando entre nós.
FRANCA DEL RI CORNADO
Cronologia da sua vida
1924: nasce no dia 13 de abril, na rua Villa Glori,n.6, domingo de ramos, na festa do Hosana e da Paixão.
1924: recebe o sacramento do batismo no dia 21 de abril, na Igreja paroquial do bairro Fiumicello. O seu tio Francesco di Novara foi o seu padrinho.
1925: cai da sacada de casa quando tinha apenas um ano e meio de vida. Foi salva milagrosamente porque cai entre os braços de um vizinho que transitava tranqüilamente, lendo o jornal com os braços abertos.
1925: nasce o seu irmão João no dia 26 de setembro.
1930: inicia dos seus estudos na escola elementar em Brescia, na rua Villa Glori.
1932: no dia 15 de maio fez a primeira comunhão e a crisma em Fiumicello.
1933: nasce o irmão Luigi que morre no dia 11 de fevereiro.
1935: tem a sua primeira visão.
1936: inicia a escola do magistrado inferior em Brescia.
1936: morre o seu pai.
1936: transferimento da família a Beliinzago Novarese.
1938: termina a escola com a licença comercial em Novara.
1939: retorna a Brescia. Obtêm um emprego junto à Secretaria de Fascio e o segundo junto a sociedade telefônica Stipel.
1939: conhece o seu futuro marido João Cornado no dia 28 de maio.
1943: no dia 25 de julho ocorre o seu matrimônio na Igreja dos Santos Faustino e Giovita.
1944: nasce o seu primeiro filho João Pedro no dia 23 de julho.
1946: nasce a sua filha Beatriz no dia 06 de fevereiro.
1948: morre o seu irmão Gianni
1949: nasce o seu filho Fernando no dia 06 de maio.
1952: encontro com Padre Justino Carpin, seu primeiro diretor espiritual.
1953: nasce a sua filha Daniela no dia 12 de fevereiro.
1957: recebe o hábito da Terceira Ordem dos Franciscanos no dia 16 de junho.
1958: primeiros fenômenos extraordinários.
1959: ocorre a sua profissão solene na Terceira Ordem dos Franciscanos no dia 25 de janeiro.
1958-1965: período de silêncio e de sofrimentos espirituais.
1966: viagem a Lourdes (França)
1966: ocorrem outros fenômenos extraordinários.
1967: cura milagrosa de um tumor ósseo no dia 26 de abril.
1967: funda o Movimento Carismático, no dia 29 de agosto, em Assis.
1971: primeira viagem ao Brasil, lugar de missão do filho sacerdote João Pedro.
1978: sofre um acidente de carro.
1982: dezembro/ janeiro de 1983: segunda viagem ao Brasil.
1983: morre o marido João no dia 09 de agosto.
1989: morre a sua mãe Maria no dia 28 de março.
1993: Franca morre a Brescia no dia 10 de janeiro.
“A vida do meu espírito”, foi esta a expressão que Franca definiu a história do seu relacionamento com Deus e o nascimento do Movimento Carismático de Assis, por ela fundado, aos 29 de agosto de 1967.
No contexto de uma biografia exterior, procuramos colher o caminho espiritual e cronológico finalizado no nascimento do Movimento; assim sendo, examinamos o itinerário espiritual de Franca somente na medida em que encontramos a nossa finalidade.
Tal riqueza espiritual, ainda toda a aprofundar, se move numa situação externa nutrida de contrastes, trabalhos, deságios, sofrimentos físicos e morais, suspiros, lágrimas, sustentados por uma fé “louca”, que nunca se inclinou ou diminuiu diante das mais terríveis provações, terreno fértil, para que o trabalho interior da graça pudesse tecer a sua alma e prepará-la a acolher o Senhor em plenitude e totalmente.
Com a simplicidade do seu ser, Franca andou diretamente a Deus; com o amor à verdade conquistou a serenidade da mente e do espírito; com o “nada” atraiu o olhar misericordioso do Pai sobre si, que do “nada operante”a transformou em “vida operante”; com o amor aceitou o projeto de Deus, procurando realizá-lo, numa decisão total à sua vontade.
O seu sim incondicional ao Senhor que a chama a “coisas grandes”, a coragem em enfrentar os riscos de uma missão nova na Igreja, os sacrifícios e os sofrimentos por agir, segundo a vontade do Pai, na prática constante e fiel do seu amor por Ele, são outros meios de santidade, não menos válidos das experiências ascéticas ou das grandes penitências ao qual se submetiam os santos do nosso passado.
Em particular, por meio dos seus diários, conseguimos colher uma riqueza interior fascinante que conquista e convida à imitação.
Os seus diálogos com Jesus revelam uma fineza espiritual e testemunham as maravilhas que o Senhor cumpre nas almas humildes, simples, que vivem somente para Ele.
Mulher de fé e de esperança, que vencia cada limite, se pode dizer dela; enérgica e alegre, sempre interiormente serena mesmo em meio as tempestades mais violentas. Serenidade, alegria, paz interior recebeu como dons do Espírito e conquista da sua fé, dócil à graça.
Até os seus doze anos, a vida de Franca foi serena e tranqüila, mas com a morte do pai, iniciou-se um duro caminho nos ensinamentos da cruz que se junta também com uma difícil vida matrimonial.
Mantendo-se, porém, fiel e paciente, fez do seu matrimônio a tradução concreta daquele amor por Deus que habitava no seu coração desde pequena. Amor vivido no respeito de cada mandamento e na dedicação à família que lhe permitiu vencer cada obstáculo.
Em Franca se comungava o amor a Eucaristia e a devoção a Nossa Senhora, fundamentos da sua profunda vida espiritual. A reza do rosário, a Liturgia das Horas e outras formas de piedade eram o seu pão cotidiano, expressões de uma vida interior que se traduzia na dança do coração, em oração pessoal que jorrava do seu transbordante amor por Deus.
Ela viveu uma oração contínua. Qualquer coisa que fizesse, se mantinha sempre na presença de Deus, rezando, pensando nele, dialogando, caminhando, trabalhando com Ele e para Ele. Tudo cumpria imersa em Deus, no abandono mais completo.
Com a fundação do Movimento Carismático, precedentemente sentido no “vivo” da sua experiência pessoal, novas dificuldades aparentemente sem solução, se juntavam ao seu já pesado cotidiano.
Como pode realizar tudo isto?
No encontro com Cristo Crucificado, na glória de Cristo ressuscitado e com Maria, a Mãe de Deus. Com eles descobriu o segredo do amor exclusivo de Deus, da fé, da vida no Espírito que vale mais do que toda a vida material e com esta riqueza, realizou aquilo que o Senhor desejava dela, na mais total submissão à Igreja, Mãe e Mestra, e na absoluta obediência a sua Hierarquia.
Amor, fé, fidelidade, submissão; obediência são as bases sobre o qual Franca enraizou o Movimento Carismático.
Se com a nossa pequena fadiga conseguimos, ao menos em parte, comunicar aos membros do Movimento a riqueza do espírito da nossa Fundadora, tornando-a honrosa, faremos sim que se realize aquilo que o Senhor deseja de nós e de cada pessoa: “Olhem como se amam!”
A vocação espiritual que Franca desejou para o Movimento Carismático é o amor, mas qual amor?
Aquele do Eu SOU, aquele do fogo:
Amai-vos com o meu fogo”, disse um dia Jesus a ela.
Esta é a peculiaridade espiritual do nosso Movimento, para realizar a unidade: amar-nos com um amor assim ardente para purificarmos e queimarmos todas as escórias das divisões com o Fogo, com a presença do amor de Cristo que diz: “Não temam, sou eu!”
No Novo Testamento, o “EU SOU”, se torna o “SOU EU” em nós, uma presença particular de Deus, esponsal e real juntas:
Deus é nupcialidade, Deus é realeza!
Franca não nos deixou bens terrenos, nos deixou a si mesma, o seu espírito, a sua alma, a sua recordação, o seu exemplo, os seus ensinamentos, para sermos anunciadores e testemunhas como ela, dos “novos céus e nova terra”.

Nenhum comentário:
Postar um comentário